quarta-feira, 14 de maio de 2014

CORRUPÇÃO COM DINHEIRO DA
EDUCAÇÃO PROVOCA CLAMOR 
A notícia de que prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e servidores públicos de 20 cidades baianas são suspeitos de participar do desvio de pelo menos R$ 70 milhões dos cofres públicos causou a indignação de representantes de entidades da sociedade civil que trabalham com educação. Segundo a Polícia Federal (PF), boa parte do dinheiro foi desviado do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação  (Fundeb), entre 2009 e 2014. A PF, no entanto, diz ter encontrado indicíos de que a quadrilha operava, pelo menos, desde 2001. Entre outras coisas, o grupo desviava parte do dinheiro que deveria ser pago a professores do ensino fundamental a título de gratificações.
“Isso é quase um homicídio coletivo, pois tira de milhares de crianças a possibilidade de receber uma educação de qualidade, única forma delas romperem o ciclo de exclusão e de pobreza”, declarou a diretora-executiva do movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, chamando a atenção para o fato de que os municípios baianos apresentam alguns dos piores indicadores em termos de qualidade da educação.Leia também:
 “Em geral, os resultados alcançados pelos estudantes baianos são baixíssimos. Apenas 16% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental apresentam o nível de domínio da escrita que se espera da sua faixa etária. Além disso, as taxas de matrícula são baixas e há pouca oferta de educação integral. Esses R$ 70 milhões poderiam muito bem ser investidos na formação de professores”, acrescentou Priscila Cruz.
Coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara lembrou que a construção de uma creche para atender a 240 crianças em período parcial custa, em média, R$ 1,5 milhão – mesmo valor do custo estimado para a manutenção mensal. 
“E a falta de vagas em creches é um problema sério na Bahia e em outros estados”, comentou Cara, destacando que o desvio de dinheiro público é algo sempre muito grave, sobretudo quando ocorre em áreas sensíveis como a educação. “Porque o recurso já é insuficiente. E a falta de verba inviabiliza o pagamento de um salário adequado aos professores e nas escolas”, um problema que pode ser verificado em outros estados, completou.

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