DILMA VETA MULTA MENOR
PARA OS PLANOS DE SAÚDE
A
presidenta Dilma Rousseff vetou proposta para reduzir o valor das multas
aplicadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) às operadoras de
plano de saúde. Entre as razões apresentadas para o veto está o argumento de
que a redução das multas poderia incentivar a prestação inadequada do serviço
de saúde. A proposta estava em emenda incluída na Câmara dos Deputados em uma
medida provisória sobre outro assunto.
"A
medida reduziria substancialmente o valor das penalidades aplicadas, com risco
de incentivo à prestação inadequada de serviço de saúde. Além disso, o
dispositivo enfraqueceria a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS), causando desequilíbrio regulatório", diz o texto que explicita as
razões do veto.
O novo
texto propunha teto para penalidades, enquanto a lei atual determina multas de
R$ 5 mil a R$ 1 milhão por infração. A aprovação da emenda representaria um
perdão de cerca de R$ 2 bilhões para as operadoras, segundo estimativa do
Ministério da Saúde.
A
proposta provocou polêmica e entidades de defesa do consumidor se manifestaram.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), em parceria com outras
organizações como procons e a ProTeste, enviaram uma carta aberta ao Congresso
em repúdio à medida. “O artigo representa um claro retrocesso para a proteção
dos consumidores em todo o país, pois, na prática, estabelece um evidente
estímulo às operadoras para que desrespeitem as normas às quais devem se
submeter, dada a fragilidade das sanções que a elas poderão ser aplicadas”, diz
o texto do Idec.
Os
ministérios da Saúde, Justiça, do Planejamento e da Advocacia-Geral da União
foram ouvidos para a elaboração do veto. A emenda está incluída na Medida
Provisória 627 sobre tributação do lucro de empresas brasileiras no exterior.
O
ministro da Saúde, Arthur Chioro, elogiou o veto da presidenta Dilma Rousseff.
“O governo brasileiro entende que a ação fiscalizatória da agência seria bastante
prejudicada”, disse.
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