PROGRAMA PAI PRESENTE
JÁ RESOLVEU 42 MIL CASOS
Desde que foi implantado, em meados de 2010, o programa
Pai Presente, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tem facilitado o
reconhecimento de paternidade no Brasil. Instituído em 2010 pelo Provimento nº 12 da Corregedoria
Nacional de Justiça, o projeto já possibilitou cerca de 42 mil reconhecimentos
espontâneos, sem necessidade de advogado e sem custos para o pai ou a mãe.
O programa estimula os juízes a notificarem as mães de
estudantes cuja certidão de nascimento não tenha o registro paterno para que
compareçam ao fórum e informem os dados do suposto pai. A partir daí, o juiz
pode iniciar o procedimento de investigação oficiosa de paternidade. Para
encontrar essas crianças, o CNJ solicitou ao Ministério da Educação (MEC),
ainda em 2010, os dados do Censo Escolar para mapear as crianças matriculadas
na rede de ensino cuja certidão de nascimento não trazia o nome do pai.
Desde 2010, o Pai
Presente resultou em cerca de 536 mil notificações emitidas por juízes de
várias comarcas do país. Dessas notificações resultaram mais de 42 mil
reconhecimentos espontâneos, além de 15,4 mil pedidos de exames de DNA (quando
o pai não reconhece espontaneamente). No entanto, a Corregedoria Nacional de
Justiça estima que os dados reais sejam muito maiores, pois em muitos dos
mutirões que são realizados nos tribunais os dados não são computados.
Exemplos da relevância do projeto para o futuro das famílias se concretizam e se humanizam diariamente, como na história do ex soldado da borracha Raimundo Rodrigues Monteiro, de 96 anos, que reconheceu sua filha Rosária Pantoja Monteiro há pouco tempo. A família sempre morou em regiões ribeirinhas afastadas de centros urbanos, no estado de Rondônia. Quando Rosária nasceu, Raimundo estava fora de casa a trabalho. Somente aos 20 anos Rosária percebeu que havia algo faltando no seu registro de nascimento: diferente dos irmãos, ela não tinha o nome do pai na certidão.
Embora tenham convivido juntos durante a vida toda, somente por meio do projeto Justiça Itinerante, do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO), o juiz Johnny Clemes ouviu ambos e autorizou a emissão da segunda via da certidão com nome de Raimundo. Para o magistrado, o registro tem caráter sentimental e documental. “Hoje, com o Pai Presente, procuramos valorizar muito a parte sentimental”.
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