MEDIDAS PROVISÓRIAS CADUCAM
PELA OMISSÃO DO GOVERNO
Mais
três medidas provisórias perderão a vigência até a retomada dos trabalhos
legislativos, depois das eleições de outubro. Ao todo, o Congresso, onde o
governo tem ampla maioria, deixará de votar seis MPs de julho a outubro, mesmo
com as duas semanas de esforço concentrado – três já venceram em agosto e
setembro. O calendário eleitoral e o impasse entre governo e oposição sobre o
projeto que pretende cancelar a Política Nacional de Participação Social (PDC
1.491/2014) inviabilizaram a votação das propostas.
Apenas
a MP que alterou o horário da Voz do Brasil (MP 648/2014) chegou a ser aprovada
em comissão mista e incluída na pauta do Plenário durante as duas semanas de
esforço concentrado. Não foi votada, no entanto, porque parte dos deputados não
concordou com o texto da comissão especial – que tornou regra para as rádios
comerciais a transmissão do programa entre as 19h e 22h, horário especificado
pela MP apenas para o período da Copa do Mundo.
Essa MP
perderá a eficácia no dia 1º de outubro. Como a Copa do Mundo já acabou, não
haverá grandes prejuízos legais, mas as rádios comerciais perderam a
oportunidade de ter aprovada a flexibilização do horário do programa como
regra. Também cai a norma que dava ao governo a prerrogativa de determinar
novas flexibilizações de horário em períodos determinados.
A MP
646/2014, que facilita o licenciamento de tratores e outros maquinários
agrícolas, perderá a eficácia no dia 23 de setembro e sequer teve o relatório
apresentado à comissão especial. A deputada Luci Choinacki (PT-SC), que preside
a comissão mista, disse que vai conversar com o ministro da Secretaria de
Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, para não deixar os agricultores
desamparados.
A outra
medida provisória que perderá a eficácia antes das eleições é a MP 649/2014,
que adia até 2015 o início das punições de empresários que descumprirem a lei
que obriga a nota fiscal a especificar o valor de tributos pagos pelo
consumidor. A norma expira em 3 de outubro. O relator do texto, deputado Andre
Moura (PSC-SE), incluiu no parecer a ampliação do prazo para que os municípios
acabem com os lixões, mas o texto não foi votado pela comissão especial.
Em
agosto e setembro, outras três medidas provisórias perderam a eficácia por
conta do calendário do esforço concentrado: a MP 643/2014, que permitia a
prorrogação excepcional do mandato do diretor-geral do Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS) por dois anos; a MP 644/2014, que reajustou a tabela do
Imposto de Renda para 2015; e a MP 645/2014, que ampliou o auxílio emergencial
para as famílias atingidas pela seca em 2012. (Com a Agência Câmara)
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