RECESSÃO REDUZ O RISCO
DE NOVO APAGÃO NO PAÍS
O cenário
econômico brasileiro e o comportamento da demanda levaram a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a revisar as projeções
de consumo de energia elétrica, que apontam para uma queda de 1,5% no consumo
total de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) em 2015, em comparação
ao ano passado. Com a queda do PIB, que deverá ficar negativo em 1.5% ou 2%,
fica afastado o risco de novos apagões no País, mesmo com os reservatórios em
níveis críticos e o uso das térmicas para suprir a falta de energia das
hidroelétricas, de custo menor.
A
principal contribuição para esse resultado será dada pelo consumo industrial,
com redução prevista de 4,3% no ano. O consumo residencial deverá cair 0,1% e o
comercial, crescer 1,4%. Na carga, que engloba consumo mais perdas, a previsão
é redução de 1,8%, este ano.
De
janeiro a julho, a carga de energia do SIN mostra retração de 1,3% na comparação
com o mesmo período de 2014, também em função do baixo desempenho da indústria,
em especial no Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que concentra 60% da carga
industrial brasileira.
O consumo
da indústria nesse subsistema caiu 5,1% até maio, informou a EPE. Em
contrapartida, a carga teve a maior taxa de crescimento (4,1%) no semestre no
Subsistema Nordeste, impulsionada pelo consumo das classes residencial e
comercial.
A
atualização dos números foi divulgada hoje (17) pela EPE e pelo ONS.
De acordo
com a EPE, a segunda revisão quadrimestral das projeções da carga do SIN levou
em conta, também, os efeitos do aumento das tarifas de energia elétrica.
Segundo a EPE, as projeções serão consideradas para a atualização da base de
dados do Planejamento Anual da Operação Energética 2015-2019.
No
período 2015-2019, a previsão é que o consumo total de energia no Sistema
Interligado Nacional fique com taxa média positiva de 3,6%; 2,5% de crescimento
médio ao ano para o consumo industrial, 4,2% para o consumo residencial e 4,7%
para o comercial. Para a carga de energia, projeta-se crescimento médio anual
de 3,6%, o que significa expansão média de 2.440 megawatts médios por ano.
O presidente da EPE,
Maurício Tolmasquim, explica que a projeção de queda da carga e do consumo
total de energia elétrica cria uma margem maior de segurança para a operação do
setor elétrico, “que está cada vez mais aumentando”. Ele gostaria que a
indústria estivesse crescendo no país, mas admitiu que a previsão de queda no
consumo beneficia o setor elétrico, sinalizando, “mais à frente”, a
possibilidade eventual de desligamento das usinas térmicas, “se continuar a
tendência de chuvas no Sul”.
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