segunda-feira, 30 de setembro de 2013

EDUARDO CAMPOS – UM NOVATO
CORONEL NA POLÍTICA BRASILEIRA 
No momento em que a presidente Dilma Rousseff pede à ONU a criação de um marco civil para controlar a espionagem cibernética, o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, determina a intervenção no diretório do partido no Rio de Janeiro, que era presidido pelo prefeito Alexandre Cardoso e entregue, como capitania hereditária, ao deputado Romário, que havia deixado o partido, e expulsa os irmãos Cid, governador do Ceará, e Ciro Gomes, ex ministro da Fazenda. O motivo: os três insistiam em que não era hora de desembarcar do Governo Dilma Rousseff, muito menos de desafiar o ex presidente Lula com uma hipotética candidatura à Presidência da República em 2014.
E o comportamento de Eduardo Campos foi o de um típico coronel da ´política brasileira, cuja vontade e poder não admitem contestação. Sem aviso prévio ao prefeito da segunda economia do RJ e do terceiro colégio eleitoral do estado, a intervenção foi decidida pela Comissão Executiva, comandada pelo governador pernambucano, sem ouvir, antes e necessariamente, o Diretório Nacional, órgão máximo do partido.
Embora legítima a aspiração de Eduardo Campos de ser candidato à Presidência da República, a truculência com que está impondo a tese da candidatura própria, uma ferramenta para ampliar a representação nacional do PSB, revela, plagiando o ex deputado Roberto Jefferson, os “baixos instintos” do presidenciável neto de Miguel Arraes, este, sim, um destemido e convicto socialista. Esse viés autoritário não recomenda o açodado e destemperado governador pernambucano para ocupar o mais alto cargo do País. Imagine-se o neto de Miguel Arraes no comando do principal gabinete do Palácio do Planalto e, mais uma vez, viesse à tona a denúncia de que os EE. UU. estariam espionando a correspondência do Presidente brasileiro, tal e qual ocorreu com Dilma Rousseff. O que faria o Presidente Campos? Despacharia o lento e inoperante porta-aviões S. Paulo para a Golfo do México? Ou convocaria um batalhão, devidamente munido de estilingue e peixeira, para invadir a Casa Branca? 
O ronco das ruas em junho foi para protestar exatamente contra essa política mesquinha, do toma lá, dá cá, da troca de favores, como a nomeação da mãe de um governador para um cargo vitalício de ministra do Tribunal de Contas da União, cujo papel se tornou mais importante diante dos mensalões e dos escândalos envolvendo o Denit, a Valec e, mais uma vez, o Ministério do Trabalho e o uso dos recursos do FGTS para comprar apoio de sindicatos e ONGs!

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