GOVERNO SÓ APLICOU 11% NA
PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS
Segundo levantamento do portal
“Contas Abertas”, os R$ 41 milhões destinados ao programa até agora, sequer
decorreram de ações previstas para 2013. Desse valor, R$ 38,4 milhões
correspondem a restos a pagar pagos, ou seja, compromissos assumidos e não
quitados em exercícios anteriores, pagos neste ano. O montante destinado ao
programa faz parte do Fundo Nacional Antidrogas (Funad), gerido pela Secretária
Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad).
Na principal ação do programa,
denominada “Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas”, o governo só aplicou R$
53,5 mil. A iniciativa teve orçamento autorizado de R$ 148,9 milhões para 2013
e prevê a contratação de entidades privadas para a prestação de serviços de
acolhimento de pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência
de substância psicoativa, orientada ao desenvolvimento de estratégias de
articulação com as redes públicas de saúde e assistência social locais.
Na ação “Prevenção de uso/ou
Abuso de Drogas”, com a segunda maior dotação orçamentária para este ano, de R$
119,8 milhões, apenas R$ 3,6 milhões foram gastos. A iniciativa tem por
objetivo a promoção e articulação de ações continuadas de prevenção do uso de
drogas, de forma a informar, desestimular o uso inicial, incentivar a
diminuição do consumo e diminuir os riscos e danos associados ao seu uso
indevido. Também é finalidade da rubrica, a capacitação, de forma continuada e
articulada com as políticas públicas relacionadas ao tema, os atores
governamentais e não governamentais envolvidos nas ações para a prevenção do
uso, o tratamento e a reinserção sociais de usuários de drogas, além do
enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas.
A iniciativa “Política Pública
sobre Drogas”, terceira maior e última prevista no orçamento do programa,
recebeu apenas R$ 2,3 milhões dos R$ 104,2 milhões autorizados para a rubrica.
O objetivo da ação é dar apoio à estruturação de projetos e serviços voltados
ao atendimento de usuários de drogas e seus familiares, de forma articulada ao
Sistema Único de Saúde e Sistema Único de Assistência Social, e a introdução de
melhorias na gestão da política sobre drogas.
Após a divulgação dos números
da Fiocruz, que revelou que os usuários de crack e drogas similares representam
0,81% da população, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reconheceu ser
necessário reforçar a política de integração para a prevenção do uso da droga,
o cuidado com dependentes e o enfrentamento do tráfico.
A pesquisa também estimou o
número de consumidores de drogas ilícitas nas capitais e no DF, à exceção da
maconha. O resultado obtido pela Fiocruz foi que 1.035.000 de pessoas usam
drogas ilícitas, o equivalente a 2,28% da população.
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