PADILHA NEGA ACORDO
SOBRE MAIS MÉDICOS
O Ministério da Saúde divulgou nota dizendo que não tem
acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM) para alterar o rol de
documentos e informações para concessão dos registros aos profissionais com
diploma estrangeiro do Mais Médicos.
Depois de parecer da Advocacia-Geral da União
determinando que os conselhos regionais devem registrar os médicos e de 17
decisões judiciais favoráveis ao programa, o CFM emitiu Nota declarando que
está orientando os conselhos regionais (CRMs) a registrar os médicos com
diploma estrangeiro, desde que a documentação esteja completa e sem inconsistências.
Na nota, a entidade diz que os CRMs darão um prazo de 15
dias, a partir da entrega de cada registro, para que o Ministério da Saúde
informe às entidades o endereço de trabalho e os nomes dos tutores e
supervisores de cada um dos intercambistas inscritos. A exigência, segundo o
CFM, é baseada na defesa perante a Justiça do Rio Grande do Sul, em que,
segundo a entidade médica, a AGU reconhece a pertinência do pedido.
O procurador-geral da União, Paulo Kuhn, disse que não há
problema em fornecer outras informações, mas que não é possível prever um prazo
para isso, pois depende de outros órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, as
informações sobre tutoria, supervisão e municípios de treinamento em serviço
dos médicos serão tornadas públicas, “mas não podem ser exigidas para a
concessão de registro, pois não há previsão para isso em lei ou em sua
regulamentação”.
Os documentos estipulados pela Medida Provisória 621, que
cria o Mais Médicos são: declaração de participação do profissional no Mais Médicos,
fornecido pela coordenação do programa; formulário da coordenação do programa
com foto; cópia de documento que comprove nome, nacionalidade, data e lugar do
nascimento, filiação; cópia da habilitação profissional para o exercício de
medicina e cópia do diploma expedido por instituição de educação superior
estrangeira. Levantamento preliminar feito pelo CFM com os CRMs mostra um
número significativo de dossiês incompletos.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado
de São Paulo (Cremesp), há inconsistências na documentação apresentada pelos 55
intercambistas que lá solicitaram o registro provisório. Entre as
irregularidades encontradas estão a falta de tradução juramentada de seus
idiomas de origem, tradução manuscrita, declarações sobre a formação
profissional descritas em papel comum, sem qualquer tipo de registro que
comprovasse a validade do documento. O Cremesp disse que vai devolver a
documentação com falhas ao Ministério da Saúde, para que este dê um parecer.
Segundo o Ministério da Saúde, o governo federal obteve
decisões favoráveis em 17 das 29 ações de CRMs de 26 unidades federativas
questionando o Programa Mais Médicos e em dois mandados de segurança no Supremo
Tribunal Federal. Até agora, os CRMs de Roraima e do Maranhão foram os únicos
que não entraram na Justiça questionando o programa. (Agência Brasil).
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