quinta-feira, 26 de setembro de 2013

PSB DÁ PRAZO PARA ALEXANDRE
CARDOSO DECIDIR SEU DESTINO 
O prefeito de Duque de Caxias Alexandre Cardoso tem até a próxima semana para decidir o seu futuro político, ou seja, apoiar a candidatura de Eduardo Campos à presidência da República ou deixar o partido. Esse é o prazo estabelecido pela Executiva nacional do partido, que decretou a intervenção na seção fluminense nesta quarta-feira (25). A intervenção pegou de surpresa o seu presidente e prefeito Alexandre Cardoso, que, em recente encontro com a direção nacional, havia acertado que a discussão das eleições e posições dos socialistas só seriam discutidas em abril de 2014. Em uma violenta nota oficial distribuída no início da noite desta quarta-feira, o presidente destituído do PSB/RJ deplorou que a decisão da cúpula do partido tenha tomado tal decisão sem dar oportunidade, aos que divergem da antecipação da sucessão de 2014, como é o caso do prefeito caxiense e dos irmão Cid e Ciro Gomes, do Ceará.
Alexandre Cardoso tem uma semana para decidir se aceita a decisão da Executiva e rompe com os governos de Sérgio Cabral e Dilma Rousseff e apoia a candidatura de Eduardo Campos ou, afastando-se do PSB, preferir ficar livre para apoiar Pezão, Lindbergh ou até Garotinho para o governo do estado e a reeleição de Dilma Rousseff.
A nota foi apoiada por membros do PSB fluminense reunidos no diretório municipal do partido em Duque de
Caxias na tarde desta quarta/feira (25), com a participação de ampla maioria da Executiva e do diretório estadual, 100% dos deputados estaduais, 80% dos prefeitos do partido: Duque de Caxias, Seropédica, Carmo, Aperibé, Vassouras e Piraí, e 100% da bancada dos vereadores do Rio.
 Na nota, os aliados de Alexandre Cardoso denunciam que o afastamento do Governo Dilma Rousseff “não foi precedida de nenhum processo de discussão democrática, tendo sido adotada sem consulta às direções estaduais e sem ser ouvido o Diretório Nacional, órgão de deliberação superior do Partido. Além de pensarmos não ser o melhor caminho, rejeitamos essa decisão especialmente porque rompe com nossa longa trajetória de unidade com outros partidos de esquerda na construção de um projeto político democrático e popular, totalmente identificado com os ideais do PSB. Até esta data o PSB foi protagonista das campanhas e dos governos que têm representado, desde 1989, esse projeto”.
A nota registra, ainda, que “na conjuntura política brasileira, o rompimento com o atual governo, e o lançamento de uma candidatura própria à Presidência da República, pode pôr em risco as conquistas dos governos Lula e Dilma. Esses governos sempre contaram com o nosso apoio e participação. No entanto, as decisões recentes da Executiva Nacional do PSB, de forma cada vez mais clara, conduzem o Partido para a aproximação com o eixo político integrado por um conjunto de partidos (PSDB, DEM e PPS), adversários históricos do PSB”, acrescentando que “a decisão de reunir a Executiva Nacional do PSB para tratar do requerimento de intervenção no diretório do PSB do Rio de Janeiro, mostra que nossa discordância política e nossa disposição para o debate, tem como consequência a arbitrariedade e o autoritarismo.  É inaceitável que a ampla maioria do PSB/RJ não seja escutada e, que as decisões sejam tomadas de cima para baixo ferindo o conteúdo programático do nosso partido.
No último tópico, a nota acrescente que “não pode o partido que participou do poder, descobrir que é oposição às vésperas de um prazo fundamental no ano eleitoral com o discurso: “quem não está no projeto tem tempo de sair”.  Este discurso é de quem decidiu sem debater.  Não é a história do PSB”, que tem entre seus fundadores, após a queda do Estado Novo e de Getúlio Vargas, em 1945, o ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, avó de Eduardo Campos.

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