PSB DÁ PRAZO PARA ALEXANDRE
CARDOSO DECIDIR SEU DESTINO
O prefeito de Duque de Caxias Alexandre Cardoso tem até a
próxima semana para decidir o seu futuro político, ou seja, apoiar a
candidatura de Eduardo Campos à presidência da República ou deixar o partido.
Esse é o prazo estabelecido pela Executiva nacional do partido, que decretou a
intervenção na seção fluminense nesta quarta-feira (25). A intervenção pegou de
surpresa o seu presidente e prefeito Alexandre Cardoso, que, em recente
encontro com a direção nacional, havia acertado que a discussão das eleições e
posições dos socialistas só seriam discutidas em abril de 2014. Em uma violenta
nota oficial distribuída no início da noite desta quarta-feira, o presidente
destituído do PSB/RJ deplorou que a decisão da cúpula do partido tenha tomado
tal decisão sem dar oportunidade, aos que divergem da antecipação da sucessão
de 2014, como é o caso do prefeito caxiense e dos irmão Cid e Ciro Gomes, do
Ceará.
Alexandre Cardoso tem uma semana para decidir se aceita a
decisão da Executiva e rompe com os governos de Sérgio Cabral e Dilma Rousseff
e apoia a candidatura de Eduardo Campos ou, afastando-se do PSB, preferir ficar
livre para apoiar Pezão, Lindbergh ou até Garotinho para o governo do estado e
a reeleição de Dilma Rousseff.
A nota foi apoiada por membros do PSB fluminense reunidos
no diretório municipal do partido em Duque de
Na nota, os aliados de Alexandre Cardoso denunciam
que o afastamento do Governo Dilma Rousseff “não foi precedida de nenhum
processo de discussão democrática, tendo sido adotada sem consulta às direções
estaduais e sem ser ouvido o Diretório Nacional, órgão de deliberação superior
do Partido. Além de pensarmos não ser o melhor caminho, rejeitamos essa decisão
especialmente porque rompe com nossa longa trajetória de unidade com outros
partidos de esquerda na construção de um projeto político democrático e
popular, totalmente identificado com os ideais do PSB. Até esta data o PSB foi
protagonista das campanhas e dos governos que têm representado, desde 1989,
esse projeto”.
A nota registra, ainda, que “na conjuntura política
brasileira, o rompimento com o atual governo, e o lançamento de uma candidatura
própria à Presidência da República, pode pôr em risco as conquistas dos
governos Lula e Dilma. Esses governos sempre contaram com o nosso apoio e
participação. No entanto, as decisões recentes da Executiva Nacional do PSB, de
forma cada vez mais clara, conduzem o Partido para a aproximação com o eixo
político integrado por um conjunto de partidos (PSDB, DEM e
PPS), adversários históricos do PSB”, acrescentando que “a decisão de
reunir a Executiva Nacional do PSB para tratar do requerimento de intervenção no
diretório do PSB do Rio de Janeiro, mostra que nossa discordância política e
nossa disposição para o debate, tem como consequência a arbitrariedade e o
autoritarismo. É inaceitável que a ampla maioria do PSB/RJ não seja
escutada e, que as decisões sejam tomadas de cima para baixo ferindo o conteúdo
programático do nosso partido.
No último tópico, a nota acrescente que “não pode o
partido que participou do poder, descobrir que é oposição às vésperas de um
prazo fundamental no ano eleitoral com o discurso: “quem não está no projeto
tem tempo de sair”. Este discurso é de quem decidiu sem debater.
Não é a história do PSB”, que tem entre seus fundadores, após a queda do Estado
Novo e de Getúlio Vargas, em 1945, o ex-governador de Pernambuco, Miguel
Arraes, avó de Eduardo Campos.
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