VIOLÊNCIA DA PM SERÁ
LEVADA À ONU E À OEA
Na assembleia que
decidiu manter a greve dos profissionais da educação municipal do Rio, a
Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio e as ONGs Justiça
Global e Instituto de Defesa dos Direitos Humanos recolheram denúncias de
violência policial ocorridas nas manifestações contra o Plano de Carreira,
Cargos e Salários proposto pela prefeitura e aprovado pela Câmara Municipal na
terça-feira (3). As entidades vão encaminhar as denúncias a organismos
internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização
das Nações Unidas (ONU) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e a
outros nacionais, como o Ministério Público, a Defensoria Pública e a
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Reunidos para
discutir as pautas da greve, os professores fizeram fila e muitos mostraram os
boletins de ocorrência [BOs] que registraram após as agressões, como Jane
Moraes, de 53 anos, que foi atingida por uma bala de borracha na perna
esquerda. "Estava sentada na escadaria da Câmara e tentei levantar para
correr quando os policiais começaram a lançar as bombas, mas senti a dor e a
ardência na perna. Ajudaram-me a ir para a delegacia, registrei o boletim de
ocorrência como lesão corporal e fiz [exame de] corpo de delito", diz a
professora de educação física, com uma foto do ferimento e o BO nas mãos.
Ana Carolina
Ferraz, de 26 anos, diz que também foi para a delegacia depois que foi atingida
nas costas por uma bomba de gás: "Eu vi que o policial ia atirar e tentei
correr, mas ele me acertou", diz a professora de geografia, mostrando o
hematoma redondo. Wagner Louza, de 39 anos, conta que foi ferido duas vezes.
"Eu era um dos ocupantes da Câmara e fui tirado de lá com empurrões e
chutes, além das agressões verbais. Nos chamavam de vagabundos", disse.
"Eu registrei boletim, mas acredito que vai dar em nada. Vamos ver
se essa denúncia vai".
Outra professora,
Cristiane Chavez, de 34 anos, foi denunciar às entidades que foi impedida de
buscar a filha na creche municipal usando a camisa preta do movimento grevista.
"Os guardas municipais não me deixaram entrar e disseram que era
orientação da prefeitura. Me senti em uma ditadura. Minha filha teve que sair
da creche acompanhada por um guarda. Fui à delegacia e registrei queixa".
Em nota no dia do
protesto, a Polícia Militar informou que quatro policiais se feriram e que PMs
foram atingidos por pedras e garrafas de vidro. "A Polícia Militar lamenta
que pessoas com intenção de causar tumultos tenham atentado contra o legítimo
direito de manifestação dos professores", diz o comunicado. (Agência
Brasil).
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