CÂMARA DEBATE MUDANÇAS
DAS PUNIÇOES DA LEI SECA
“Não somos
especialistas em trânsito. A nossa maior especialidade é em dor”, disse o
presidente da organização não governamental (ONG) Trânsito Amigo, Fernando
Diniz, que há onze anos perdeu o filho em um acidente de carro, no Rio de
Janeiro. Em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta terça (27), ele e
dezenas de pessoas que passaram por situações semelhantes declararam que a lei
atual precisa ser alterada para que o número de acidentes no país diminua.
“Somos a favor de
qualquer lei que aumente a pena para quem continua bebendo, dirigindo e
matando."
Convocada pela Comissão de Viação e Transporte da Câmara,
a audiência debateu dois projetos de lei que tratam de alterações na Lei Seca.
O PL 5568/13, apresentado pela deputada Keiko Ota (PSB-SP), a partir de
solicitação do movimento Não Foi
Acidente, que pretende tornar crime a associação de álcool e direção,
com pena de 1 a 3 anos de prisão, e o PL 5512/13, de autoria da deputada Gorete
Pereira (PR-CE), que restabelece a permissão de ingestão de quantidade de
álcool semelhante ao que era permitido antes da Lei Seca.
Hoje, a lei brasileira estabelece que um motorista com
qualquer concentração de álcool no sangue pode ser punido com medidas
administrativas, como multa, recolhimento da carteira e suspensão do direito de
dirigir. As punições tornam-se mais graves com o aumento da concentração. O ato
só chega a ser considerado crime de trânsito quando a habilidade psicomotora é
alterada, o que é diagnosticado quando o bafômetro detecta 0,3 miligramas de
álcool por litro de sangue.
Para o promotor de Justiça do Estado do Paraná, Cássio
Honorato, “a elevação dos índices é um retrocesso às conquistas que o Brasil
vem adquirindo há alguns anos. A colocação do nível zero ou mais próximo de
zero são avanços que têm colocado o Brasil na vanguarda da luta contra esse
fator de risco, que é beber e dirigir."
O superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Rio
Grande do Sul, Jerry Adriane Dias, também defendeu a legislação. Ele destacou
que o número de acidentes tem diminuído no país, embora ainda se mantenham
elevados. Por ano, são quase 180 mil ocorrências, que resultaram em 8 mil
mortes e 92 mil feridos em 2013, apenas em estradas federais, segundo o
superintendente. Dias afirmou que a lei pode ser ainda mais efetiva com algumas
mudanças, como a aceleração do processo administrativo em relação a quem
cometer a infração, de forma que a suspensão do direito de dirigir seja
simultânea à cobrança de multa.
Gorete Pereira defendeu a volta de um índice mínimo
permitido, argumentando que 55 países autorizam a condução em casos de ingestão
de álcool de até cinco decigramas por litro de sangue. De acordo com a
deputada, uma lata de cerveja ou uma taça de vinho “tomada por um padre, por
exemplo”, não causam embriaguez. A fala da deputada foi recebida com críticas
pelos parentes de vítimas, que cercaram a sala da comissão com cartazes
exibindo fotos dos parentes mortos e faixas criticando a impunidade.
Fundador do movimento Não Foi Acidente, Nilton Gurman, que perdeu um sobrinho há três
anos, após ser atropelado quando estava em uma calçada, defendeu tolerância
zero para o nível de ingestão de álcool. "Temos que mostrar para a
sociedade que não é tolerável que se permita que qualquer pessoa dirija depois
de ter bebido. Isso não é acidente. É crime, é assassinato e tem que ser
julgado como tal”. Ele explicou que a permissão de qualquer quantidade de
álcool dificulta a avaliação médica e, portanto, o registro da ocorrência da
infração. “O que nosso projeto diz, em síntese, é que alcoolemia é zero”,
reforçou.
“A nossa
expectativa é que esta Casa e o Senado se sensibilizem com o que vem
acontecendo diariamente no país, em que pessoas são dizimadas por conta da
violência no trânsito, muitas vezes porque as pessoas dirigem embriagadas”,
disse o professor Erinaldo Alves, que perdeu um folho há 1 ano e 2 meses.
►DEPUTADO PREVÊ
ENXURRADA DE GREVES
O presidente do Solidariedade (SDD), deputado federal
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, acusou o governo da presidente
Dilma Rousseff (PT) de querer “uma volta da ditadura contra os movimentos
sociais e sindicais” do País. “É uma volta da ditadura. O governo não consegue
conviver com os movimentos e começa a usar a Justiça, visando judicializar as
greves. Víamos isso na ditadura. Se nem a ditadura conseguiu acabar com as
greves, não será a Dilma quem vai conseguir”, afirmou o líder sindical em
entrevista exclusiva ao Pernambuco 247.
Segundo ele, até a realização da Copa do Mundo, em junho, o País será palco de
“uma enxurrada” de greves, tanto por parte do setor público como privado.
“A população, os movimentos [sociais e sindicais] estão
insatisfeitos com a volta da inflação, com o endividamento por conta do crédito
excessivo e pelo desemprego. Essa é a raiz do problema”, disse. Segundo ele,
esta insatisfação tem levado a base a não aceitar as ações tomadas pelas diretorias
sindicais, gerando dissidências que levam as categorias a rebelar-se contra os
seus representantes.
“Os exemplos estão aí, juntos aos rodoviários e até mesmo
nas polícias”, disse. O parlamentar refere-se a dissidências registradas junto
aos sindicatos dos rodoviários em diversos estados do País, que a despeito dos
acordos firmados entre a direção das entidades sindicais e o patronato
permaneceram em greve.
Como resposta, a Advocacia Geral da União entrou com uma
ação na Justiça Federal pedindo o bloqueio das contas bancárias destas
instituições para ressarcir parte do prejuízo causado aos cofres públicos em
função da mobilização das tropas federais. Até o momento, foram bloqueados
cerca de R$ 1,1 milhão. As entidades de classe já anunciaram que irão recorrer
da decisão. Para Paulinho, este tipo de atitude serve apenas para fazer
"caixa milionário para o governo".
“O governo é incompetente para lidar com esta situação. E
agora que não pode mais contar com a polícia chama o Exército e a Justiça, além
de ameaçar com a Lei de Segurança Nacional. Víamos isso lá atrás, nos tempos da
ditadura militar”, afirmou o deputado. Ele disse, ainda, que irá procurar a
Justiça para explicar o que ele qualifica de uma “tentativa de calar os
trabalhadores”.
►MANIFESTAÇÕES NÃO PODEM SER CRIMINALIZADAS
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu que as manifestações
populares não sejam criminalizadas pela reforma do Código Penal, que está em
discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.
Segundo Janot, as manifestações populares fazem parte da democracia, mas atos
violentos não podem ser admitidos. O procurador participou nesta terça-feira (27)
de reunião na comissão.
Na
audiência, a CCJ debateu a tipificação do terrorismo, definido como crime pela
Constituição, mas sem pena definida pela falta de lei específica.
No
entendimento do procurador, os protestos de rua não podem ser enquadrados como
terrorismo, por não causarem “medo generalizado na sociedade”.
“Existe no mundo inteiro dificuldade enorme em
identificar o tipo penal do terrorismo, dadas as variadas formas como ele se
manifesta”, afirma Janot.
Um dos
projetos que tratam da tipificação do crime de terrorismo é do senador Romero
Jucá (PMDB-RR) e aguarda votação no plenário do Senado. Embora a maioria dos
senadores considere necessário sanar o vácuo legislativo em relação ao crime de
terrorismo, o projeto de Jucá encontra resistência dos partidos mais próximos
aos movimentos sociais.
►PROJETO DE AÉCIO ALTERA O BOLSA FAMÍLIA
Depois
de um debate com a oposição na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), senadores
governistas foram surpreendidos com a aprovação do projeto PLS 458/2013, de
autoria do tucano Aécio Neves (MG), que altera a Lei 10.836/2004, que criou o
Programa Bolsa Família. De acordo com a proposta, o beneficiário que conseguir
emprego poderá permanecer no programa por mais seis meses.
“A proposta que nós aprovamos significa que um
cidadão que conseguir o emprego, sendo ele beneficiário do Bolsa Família, por
seis meses poderá continuar recebendo concomitantemente com o seu salário,
formalizado em carteira, também o Bolsa Família”, explicou Aécio.
Para o
senador mineiro, há um desestímulo para as pessoas se formalizarem, porque
muitas têm receio de serem demitidas após um ou dois meses de contratação. Aécio
Neves avalia que muitas pessoas preferem ter a segurança do Bolsa Família.
“Nós
queremos a qualificação daqueles que recebem o Bolsa Família e possibilidades
deles estarem estimulados a buscar a formalização. A reinserção no mercado de
trabalho é um avanço e essa Casa tem a responsabilidade de proporcionar
avanços", acrescentou.
A
oposição estava presente em peso na comissão para apoiar a proposta. A
base governista que defendia a rejeição do texto também foi toda mobilizada,
porém houve desistências de alguns senadores aliados. O placar final foi 10 a
9. O líder do PT na Casa, senador Humberto Costa (PE), reconhece que houve falha
na movimentação da base aliada, mas não vê o resultado como uma derrota e que
não deve se repetir na Comissão de Direitos Humanos, no plenário do Senado e na
Câmara dos Deputados, por onde a proposta ainda irá tramitar.
Para
Humberto Costa, que apresentou voto em separado pela rejeição da proposta, o
texto aprovado é inócuo porque coloca na lei o que já existe fundamentado em
portarias e decretos do governo federal.
“Ela
quebra um princípio do programa [Bolsa Família] que é o de atender a quem
realmente precisa. Com a emenda que foi apresentada, é possível que pessoas que
tenham até renda bastante significativa fiquem a receber o Bolsa Família, acho
que isso quebra o objetivo que o programa tem desde o início. (ABr)
► BIODIESEL VAI
REDUZIR IMPORTAÇÃO DE DIESEL
A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (28) que a
elevação da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel – de 5% para 6% a partir
de julho e de 7% a partir de novembro – vai permitir a redução da importação de
óleo diesel e não vai gerar impacto significativo na inflação. O aumento foi
anunciado em cerimônia no Palácio do Planalto.
“Não podemos desconhecer que cada vez que introduzimos
combustível na matriz precisamos avaliar o efeito sobre os preços, sobre a
inflação, porque, senão, seríamos inconsequentes. Temos certeza, por todo os
dados, que nessa conjuntura presente não há impacto significativo nos preços.
Aliás, o impacto é muito residual e isso também mostra que, pelo lado do uso do
biodiesel, não estamos onerando o conjunto da população brasileira, o que é
muito relevante”, explicou Dilma.
Segundo a presidenta, cada ponto percentual a mais da
mistura do biodiesel ao diesel corresponde a uma redução de importação de 600
milhões de litros de óleo diesel. Ela ainda citou como ponto positivo da medida
a redução da emissão de gás carbônico em 23 milhões de toneladas até 2020. “É
isso que teremos ao mudar para 6% e depois 7%. É uma medida que, junto com a
redução do desmatamento, tem efeitos muito significativos para a redução do gás
de efeito estufa.”
A agricultura familiar, destacou a presidenta, terá papel
reforçado com o aumento da mistura de biodiesel ao diesel. Na cerimônia, Dilma
assinou mensagem encaminhando ao Congresso Nacional a medida provisória que
prevê o aumento. (ABr)
►PROERD
FORMA 167 ALUNOS NA MANGUEIRINHA
“Acredite que nenhum de nós, já nasceu com
jeito para super-herói. Nossos sonhos a gente é quem constrói. É vencendo os
limites escalando as fortalezas...”. O trecho da música “Conquistando o
Impossível” da cantora gospel Jamily, cantada pelos 167 alunos de duas escolas
municipais do Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, em mais uma
formatura do Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD), nesta
terça-feira (27), expressa a nova realidade dos moradores da comunidade que
recentemente inaugurou a primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) fora da
capital.
O projeto
da Polícia Militar do Rio de Janeiro, lançado em 1992, levou durante 10 semanas
atividades educacionais em sala de aula com policiais prevenindo o uso de
drogas e a prática de atos de violência entre os estudantes. Os pais e
responsáveis puderam prestigiar a conclusão do curso de seus filhos com toda a
tranquilidade e alegria no pátio da Escola Hermínio Caldas da Silva, que também
recebeu os alunos da E.M. Helena Aguiar de Medeiros.
Duque
de Caxias já formou mais de 14 mil estudantes do Ensino Fundamental no Proerd.
Neste primeiro semestre serão 2.434 alunos. O programa realizado por policiais
militares junto às unidades, conta com auxílio de material didático, e
possibilita as escolas complementar o projeto pedagógico. Um plano de estudos é
organizado oferecendo estratégias preventivas para a comunidade escolar e
potencializa a participação da família no contexto escolar e no convívio
social.
“Esta
parceria é muito importante para Caxias. É sempre uma emoção nova em cada
formatura para nós, os pais e alunos. Que eles possam levar para casa o
aprendizado obtido junto aos monitores (policiais) repassando este conhecimento
para os seus familiares”, afirmou a secretária de Educação, Marluce Gomes.
Três
alunos foram premiados com medalhas em um concurso de redação com textos
alusivos ao curso e a monitora e professora soldado Tatiana. Os estudantes
agraciados foram: Andressa Silva de Moraes (Hermínia Caldas), Raquel da
Conceição Silva e Micaela Vitória (Helena Aguiar).
“A
mudança e sua conscientização sobre os malefícios das drogas e do álcool foi
incrível. Ela é muito inteligente e tem conservado com os irmãos e primos sobre
os danos das drogas”, disse a dona de casa, Michele Maria, mãe de Micaela
Vitória, de 9 anos.
►EDUCA MAIS OFERECE MAIS DE 16 MIL BOLSAS
O processo seletivo do Educa Mais Brasil para 2014.2 está
com inscrições abertas em Duque de Caxias, com bolsas de estudo parciais (de
até 50%) para graduação (presencial e EAD) e pós-graduação (presencial e EAD).
Para concorrer, os interessados devem realizar a inscrição gratuitamente
através do site www.educamaisbrasil.com.br.
Em todo o Estado
do Rio de Janeiro, estão sendo disponibilizadas mais de 16 mil vagas para
graduação, pós-graduação e cursos técnicos nos cerca de 30 municípios onde o
programa atua.
“Nosso principal critério de seleção é a impossibilidade
de arcar com as mensalidades integrais, e esse item é avaliado através do
questionário socioeconômico preenchido no momento da inscrição. Além disso, no
caso da graduação é necessário que o candidato esteja há pelo menos 6 meses sem
estudar”, explica Luciana Amâncio, Coordenadora de Comunicação do Educa Mais
Brasil.
Em 10 anos, o programa já beneficiou mais de 8 mil
estudantes cariocas, inclusive o ensino básico, que engloba educação infantil,
ensino fundamental e médio. Mais informações estão disponíveis na página
oficial www.educamaisbrasil.com.br
ou através da central de atendimento: 0800 724 7202| 4007 2020 (capitais e
regiões metropolitanas).
Nenhum comentário:
Postar um comentário