quarta-feira, 28 de maio de 2014

Petrobras é suspeita de compra superfaturada de Petroquímica



PETROBRÁS PAGA TREZ VEZES
MAIS POR PETROQUÍMICA EM SP
O Ministério Público Federal em S. Paulo anunciou nesta terça-feira (27) a abertura de investigações sobre a nebulosa transação entre a Petrobrás e o Grupo Suzano, em que a estatal teria pago pela endividada Petroquímica Suzano três vezes mais que o seu valor de mercado. A transação teria ocorrido um ano depois da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos que está sendo investigada por uma CPI no Senado, pela Controladoria Geral da União, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal através  da operação Lava Jato, que resultou na prisão do ex diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Yousseff e mais 20 pessoas, inclusive o deputado André Vargas, que integrava a bancada do PT e que hoje responde a processo na Comissão de Ética da Câmara.
 Segundo revelou a Jornal da Band desta terça-feira, por trás de mais este negócio bilionário da Petrobras, estava o ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, um dos presos pela Polícia Federal na Operação Lava a Jato. Costa ocupava um cargo estratégico na Petrobras durante a administração de José Sérgio Gabrielli.  Com o aval do conselho de administração da estatal, então presidido por Dilma Rousseff, que era ministra chefe da Casa Civil de Lula, a Petrobras foi às compras. O primeiro alvo, em 2007, foi a Suzano Petroquímica.
Avaliada na bolsa de valores de São Paulo em R$ 1,2 bilhão, ela foi comprada pela Petrobras por R$ 2,7 bilhões. Deste total, R$ 2,1 bilhões foram para a família Feffer, capitaneada por Daniel Feffer. Os demais R$ 600 milhões foram para acionistas minoritários. Além disso, a estatal assumiu uma dívida da Suzano de R$ 1,4 bilhão. O custo total foi de R$ 4,5 bilhões. Mais de R$ 2,8 bilhões de diferença entre o preço de mercado e o que a Petrobras desembolsou. 
Ainda segundo o Jornal da Band, na mesma época, outra movimentação no mercado acionário levantou suspeitas: a corretora uruguaia Vailly Sa, que nunca tinha negociado ações da Suzano, comprou papéis da companhia antes do fechamento do negócio bilionário. A corretora, ligada ao grupo Safra, foi investigada pelo Ministério Público e a Comissão de Valores Mobiliário (CVM), e para não ser processada, fez um acordo e pagou multa. Mas, até hoje, ninguém explicou como a Vailly teve acesso às informações privilegiadas do negócio. 
Pouco tempo depois de ser comprada pela Petrobras, a Suzano Petroquímica foi incorporada pela Braskem, que hoje controla o mercado petroquímico do Brasil, inclusive o polo petroquímico de Duque de Caxias, que pertencia integralmente à Petrobrás.
Em 2009, o senador Álvaro Dias, do PSDB do Paraná, pediu à Procuradoria Geral da República investigação para apurar possíveis irregularidades no negócio. Até hoje não recebeu resposta. 
Em nota a Braskem informou que não teve qualquer participação na aquisição da Suzano pela Petrobras. Ela afirma, ainda, que a incorporação da empresa foi feita a preço justo, com base em avaliação de um banco independente sem, porém, informar os valores da transação. 
A Petrobras, os grupos Suzano e Safra e Daniel Feffer foram procurados, mas não quiseram se pronunciar.

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