LULA REAPARECE PARA DAR
PITACOS NO NOVO GOVERNO
Ás voltas com um cenário de insatisfações de partidos
aliados, especialmente o PMDB, dificuldades no Congresso e expectativa de
anúncios para a economia, como a escolha do novo ministro da Fazenda e do
presidente do Banco Central, ao lado de reajuste de tarifas congeladas para não
atrapalharem a reeleição de Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula a sombra e
resolveu reassumir o seu papel no atual governo: armar as jogadas para Dilma
tentar melhorar o seu desempenho,
Ontem, em Brasília, Lula teve a primeira reunião com a
presidente Dilma Rousseff para discutir o segundo mandato. O encontro na Granja
do Torto, que também teve a participação do ministro-chefe da Casa Civil,
Aloizio Mercadante, durou mais de seis horas, estendendo-se pela noite. Desde a
mirrada vitória no segundo turno, o ex-presidente havia se recolhido e se
limitado a reuniões de seu instituto em São Paulo.
Agora, porém, defende junto à sua afilhada política a
nomeação – mais rápida possível – do novo chefe da economia, que substituirá
Guido Mantega no ministério da Fazenda. Lula faz campanha pelo ex-presidente do
Banco Central Henrique Meirelles, que saiu fortalecido no diálogo travado na
terça-feira 4.
Outro papel importante do cacique petista é acalmar a
inquieta base aliada. De um lado, o PMDB quer presidir novamente a Câmara dos
Deputados, lançando o líder do partido Eduardo Cunha, apesar do acordo firmado
com o PT de que o comando da Casa seria alternado entre as duas maiores
bancadas no Congresso. O cenário, se concretizado, prejudicará
significativamente o governo em obter resultados com os parlamentares.
De outro, o próprio PT quer participar mais do segundo
governo Dilma, como mostra o documento elaborado pela Executiva do partido em
reunião nessa semana. O receio dos dirigentes da legenda é de que a presidente,
apesar de ter pregado o "diálogo" desde que foi reeleita, comande um
governo mais independente.
Ao mesmo tempo, o PSDB, presidido pelo candidato
derrotado ao Planalto Aécio Neves, dá sinais de que pretende fazer uma oposição
mais dura. Ontem, ao voltar ao Senado, o tucano foi recebido com clamor por
militantes e prometeu liderar o "exército" da oposição, cobrando mais
o governo. Ele também já havia declarado que "não dará trégua" ao
governo Dilma.(Fonte: Brasil/247)
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