TCU DENUNCIA IRREGULARIDADES EM
OBRAS DE DRAGAGEM NA BAIXADA
O Congresso pode paralisar as obras de dragagem do rio Iguaçu, que corta a Baixada Fluminense |
O
Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira (5) relatório com
a relação de obras que poderão ficar sem recursos no orçamento de 2015 por
apresentarem indícios de irregularidades graves. No jargão orçamentário, essas
obras receberam a classificação “IGP” (de indício grave com recomendação de
paralisação) nas fiscalizações da corte.
As
quatro obras são as seguintes: construção da Vila Olímpica em Parnaíba (PI);
implantação e pavimentação em trechos da BR-448 (RS); construção do Complexo
Materno em Teresina (PI); e controle de inundações, urbanização e recuperação
ambiental das bacias dos rios Iguaçu, Botas e Sarapuí, na Baixada Fluminense
(RJ). Das quatro, apenas o empreendimento na BR 448, que já foi concluído,
integra o rol de projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os
problemas apontados pelo tribunal incluem desde ausência de estudo de
viabilidade, até sobrepreço (valores ou quantidades orçados acima dos preços de
mercado) e superfaturamento (pagamento de itens com valor acima do mercado).
Além
das quatro obras com IGP, o relatório que será enviado ao Congresso contém uma
lista de cinco empreendimentos com indícios de irregularidades graves com
recomendação de retenção parcial de valores (IGR). Essas obras podem ser
executadas em 2015, desde que parte dos recursos destinados a elas sejam
retidos como garantia para prevenir possíveis danos aos cofres públicos.
Entre
as obras com IGR está a execução de serviços de terraplanagem na Refinaria
Abreu e Lima (PE), da Petrobras. A fiscalização do tribunal apontou
deficiências nos estudos preliminares, em especial nas investigações
geotécnicas, realizadas para subsidiar a licitação. Desde 2008 a refinaria é
alvo de fiscalização do TCU.
O relatório será examinado agora por um comitê da Comissão Mista de Orçamento (CMO), destinado a avaliar a situação dos empreendimentos incluídos no Anexo 6. O comitê tem 11 membros e é coordenado pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO).
O relatório será examinado agora por um comitê da Comissão Mista de Orçamento (CMO), destinado a avaliar a situação dos empreendimentos incluídos no Anexo 6. O comitê tem 11 membros e é coordenado pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO).
Caberá
a esse colegiado realizar reuniões entre os responsáveis pelas obras e técnicos
do TCU, para encontrar uma saída que evite a paralisação dos canteiros de
obras. Caso não se chegue a uma solução de consenso, a Comissão de Orçamento
decide o destino da obra – se mantém a classificação IGP, bloqueando o repasse
de dinheiro, ou autoriza a execução de recursos em 2015.
A
decisão da CMO deve seguir regras impostas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) em vigor (12.919/13),
que exige que o colegiado leve em consideração critérios como custos para
realização de nova licitação ou celebração de novo contrato; e custo da
deterioração ou perda de materiais adquiridos ou serviços executados, entre
outros.
O
relatório da fiscalização do TCU foi apresentado pelo ministro Bruno Dantas. O
acórdão com a decisão do TCU será enviado agora ao Congresso Nacional, que tem
a palavra final sobre o bloqueio de recursos para obras federais.
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