SE ESTIAGEM CONTINUAR PODERÁ
FALTAR ÁGUA NO ESTADO DO RIO
A Agência Nacional de Águas já reduziu a vão da represa de Santa Cecília, no Paraíba do Sul |
A falta de chuvas na divisa do Rio com São Paulo, onde se
forma o Rio Paraíba do Sul e seus principais afluentes, pode deixar cariocas e
fluminense na mesma situação dos paulistas, não estando afastada a possibilidade
de racionamento na distribuição de água no Rio de Janeiro. Devido à longa
estiagem, o volume dos reservatórios da bacia do Rio Paraíba do Sul chegou a
9%. Caso não se confirme o período chuvoso, que começa na segunda metade de
novembro, a situação pode se complicar e o percentual cair para 4% no início de
dezembro, conforme informou neste sábado (1º) o diretor-executivo do Comitê
Guandu, Júlio Cesar Antunes.
O Paraíba do Sul é considerado um dos dez rios mais poluídos do Brasil |
“A gente está fazendo simulações com os piores cenários.
Entre agosto e setembro, nos baseamos em 1955, que foi a pior estiagem para o
período. Para outubro, o ano mais crítico foi o de 1968. Confirmados esses
cenários, chegaremos a esta projeção de 4% de reservatório equivalente no
início de dezembro”, revelou Antunes à Agência
Brasil.
O diretor informou que o nível dos reservatórios da bacia
do Rio Paraíba do Sul é monitorado semanalmente em reuniões do Grupo de
Acompanhamento de Operações Hidráulicas, composto por integrantes do Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Agência Nacional de Águas (ANA) e da
Agência da Bacia do Rio Paraíba do Sul (Agevap). O diretor do Comitê Guandu
participa dos encontros, quando são analisados os níveis dos reservatórios que
pertencem ao Rio Paraíba do Sul (Jaguari, Paraibuna, Santa Branca, Funil e
Santa Cecília). Ele explicou que, desses reservatórios, apenas Funil fica no
Rio de Janeiro.
Voltaremos ao tempo do rola-rola? |
Apesar disso, há uma vinculação hídrica entre as bacias
do Guandu e do Paraíba do Sul, causada pela transposição de até 160 metros
cúbicos para geração de energia e abastecimento da população da região
metropolitana do Rio. “A gente está saindo do período seco para o úmido, que é
para quando se espera a chuva. Analisando as condições meteorológicas, as
previsões são de precipitação na região para melhorar a gestão dos
reservatórios”, explicou Júlio César.
Segundo ele, diante da possibilidade da falta de água no
estado, o período impõe atualização frequente das informações. “Vivemos um
momento de alerta, de novas providências para adaptação à realidade da
estiagem", destacou.
O diretor acrescentou que, mantido o longo período de
estiagem, em 2015 os reservatórios terão de recuperar o volume equivalente para
o nível de 52%. Para Antunes, é difícil apostar na normalização da
situação. “Depende do que pode ocorrer em termos de precipitação. De qualquer
forma, melhoraremos a gestão se tivermos um período chuvoso agora”, completou.
Acrescentou que, até o momento, não houve necessidade de utilização do volume
morto dos reservatórios para garantir o abastecimento do estado do Rio de
Janeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário