MINISTRO ADVERTE: O STF NÃO PODE
SE TORNAR UMA CORTE BOLIVARIANA
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar
Mendes, em entrevista à Folha de S. Paulo, afirmou temer que o Supremo vire um
tribunal que apenas chancela as ações do Executivo e perca seu papel de
contrapeso institucional, a exemplo da Corte Constitucional da Venezuela pós
Hugo Chaves. O ministro disse que a instituição corre o risco de se tornar uma
“corte bolivariana” um tribunal que apenas chancela as ações do Executivo e
perca seu papel de contrapeso institucional, caso praticamente toda a sua
composição seja indicada pelo PT.
“Não tenho bola de cristal, é importante que [o STF] não
se converta numa corte bolivariana”, declarou. “Isto tem de ser avisado e
denunciado.”
Indicado para o cargo pelo ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, Gilmar pode chegar ao final do segundo governo Dilma na
condição de único ministro do STF não escolhido pelos petistas Lula e Dilma. A
expressão “bolivariana” diz respeito ao modelo intervencionista em todas as
esferas públicas adotado pelo ex-presidente da Venezuela Hugo Chaves, morto em
2013.
Na entrevista a Valdo Cruz e Severino Motta, Gilmar
Mendes defendeu mudanças na Justiça eleitoral. “Talvez devamos pensar numa
estrutura de Justiça Eleitoral mais forte, uma composição menos juvenil”,
disse. O ministro também criticou o PT e o ex-presidente Lula. “Sabemos, toda
Brasília sabe, eu convivi com o presidente Lula, de que não se trata de um
abstêmio”, afirmou ao ser questionado se não havia se excedido ao condenar um
discurso de Lula contra Aécio Neves durante a campanha eleitoral. (Com ABr)
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