MP EXIGE A DEMISSÃO DE MAIS DE
TRES MIL SERVIDORES DE ITAGUAÍ
O
Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de
Justiça de Tutela Coletiva de Angra dos Reis, ajuizou, nesta segunda-feira (03),
uma ação de improbidade administrativa em face do prefeito de Itaguaí, Luciano
Carvalho Mota, e também do ex-prefeito, Carlos Busatto Júnior. A ação foi
proposta em decorrência de irregularidades constatadas na contratação
temporária e nomeações irregulares de servidores pelo município entre os anos
de 2010 e 2014.
Liminarmente,
o MPRJ requer que o Município de Itaguaí dispense, em um prazo de 30 dias,
todos os 3.308 servidores contratados por prazo determinado e nomeados para
cargos em comissão de forma ilegal, sem concurso público, em razão da nulidade
dessa vinculação à Administração Pública Municipal.
Segundo
o promotor de Justiça Alexander Véras Vieira, que subscreveu a ação, durante os
dois últimos mandatos exercidos, os prefeitos fizeram inúmeras contratações
temporárias sem concurso público e nomeações para cargo em comissão sem que
fossem cargos de chefia, direção ou assessoramento. Apenas no período entre 1º
de janeiro de 2012 (primeiro dia da gestão do atual prefeito) e 1º de julho de
2013 foram firmados mais 3.308 contratos temporários.
Quando
tais irregularidades foram diagnosticadas, o MPRJ expediu duas recomendações,
além de uma posterior celebração de termo de ajustamento de conduta (TAC)
visando adequação da situação irregular.
O
quadro mais grave é relativo ao provimento de cargos de guarda municipal. A Lei
Orgânica é clara ao dispor que “a investidura nos cargos da Guarda Municipal
far-se-á mediante concurso público de provas ou de provas e títulos".
Entretanto, atualmente estão lotados na instituição 753 servidores admitidos
por contrato por prazo determinado e 45 por nomeação em cargos comissionados.
Apenas nove cargos são ocupados por servidores aprovados em concurso público.
Ou seja, em total desrespeito à Lei Maior do Município de Itaguaí, 98,8% do
efetivo total da Guarda Municipal é ocupado por servidores contratados ou
nomeados ilegalmente.
A ação
civil pública também tem por objetivo efetivar o ressarcimento aos cofres
públicos, a convocação e posse dos candidatos aprovados em certame (caso haja
concurso vigente) e a realização de novo concurso no prazo de seis meses. O
promotor Alexander Véras Vieira solicita, ainda, a condenação de Carlos Busatto
Junior e Luciano Mota nas sanções previstas na Lei de Improbidade (art. 12, III
da Lei 8.429/92), como a perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos e pagamento de multa civil, dentre outras. (Proc. nº 0015196-45.2014.8.19.0024).
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