segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Aterro Sanitário de Seropédica x Problemas Ambientais



RESERVA DE ÁGUA PARA SALVAR O
RIO ESTÁ SOB TONELADAS DE LIXO
No momento em que a região Sudeste enfrenta a maior crise hídrica das últimas décadas, um reservatório de água doce, o de Seropédica, o Aquífero de Piranema, em Seropédica (RJ) – reserva de água subterrânea com capacidade de abastecer a população carioca, em caso de necessidade, como agora –, está sendo soterrado por toneladas de lixo provenientes da Região Metropolitana  do Rio de Janeiro, sem que as autoridades responsáveis pela fiscalização do uso da água (ANA-Federal) e do meio ambiente (INEA-Estadual) deem qualquer explicação para o crime ambiental perpetrado pelo Governo do Estado para substituir o aterro sanitário do Jardim Gramacho, um dos maiores do mundo. Neste vídeo, aqui reproduzido e disponível também no You Tube, alunos e professores da UFRRJ, além de pesquisadores, condenam a forma açodada com que o Governo do Estado resolveu descartar o Aquífero de Piranema.
Em noticiário distribuído pela Agência Brasil á época da inauguração do aterro de Seropédica (abril/2011)) havia o registro de críticas à instalação do tal aterro, entre as quais estava a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Sirlei de Oliveira, doutora em geologia e integrante do Conselho do Meio Ambiente de Seropédica. “Eu e os demais pesquisadores da UFRRJ somos absolutamente contra, devido a área que foi escolhida, que é a mais inadequada possível. O solo onde eles estão colocando o lixo é composto de areia. Por mais que falem em fazer camadas de proteção, não será suficiente. Em algum momento, podemos ter um comprometimento muito sério do corpo d´água que está abaixo, o Aquífero Piranema”, alertou a geóloga.
Ela discordava também da forma como estava sendo tratado o aquífero, que representa uma reserva estratégica em caso de acidente com o principal fornecedor de água para a cidade do Rio de Janeiro, o Rio Guandu, afluente do rio Paraíba.
“Hoje o mundo todo está preocupado com a quantidade de água doce que temos à disposição num futuro próximo. Este aquífero é suficiente para abastecer o Rio de Janeiro por mais de um mês, se houver qualquer tipo de contaminação no principal corpo hídrico, que é o Guandu”, advertiu Sirlei.
Para a geóloga, o agravante foi a escolha do local, que é justamente onde acontece a recarga de água, próximo a uma serra, que funciona como uma grande calha para as chuvas, que em seguida se infiltram no solo, garantindo novo suprimento de água.
A implantação às pressas do novo aterro visava retirar o aterro do Jardim Gramacho da pauta da Rio+20, que iria discutir e avaliar a providência adotada depois da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em junho de 1992 no Rio de Janeiro, que marcou a forma como a humanidade encara sua relação com o planeta.
Ao contrário dos objetivos da Rio-92, o governo do Estado preferiu o caminho mais curto para retirar o lixão do Jardim Gramacho da mídia internacional, mesmo que isso custasse o sepultamento, debaixo de toneladas de lixo, do Aquífero de Piracema, um crime ambiental inaceitável, principalmente quando a população do Rio de Janeiro está ameaçada por um brutal racionamento de água –

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