JANOT: É PRECISO SEGUIR O DINHEIRO DA CORRUPÇÃO
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta
segunda-feira (2) que é preciso haver uma "solidificação do combate à
corrupção" para se fortalecer o "regime democrático de direito".
A fala foi dita durante a abertura do
ano Judiciário no STF (Supremo Tribunal Federal), que contou com a presença de
ministros da corte, de integrantes do governo e do novo presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –que será um dos investigados por Janot nos inquéritos
da Lava Jato.
De acordo com Janot, o trabalho do Ministério Público
contra a corrupção tem logrado êxito. Ele comentou que "seguir o
dinheiro" da corrupção para tentar se identificar criminosos é uma
estratégia adotada por investigadores e que "parece ser o caminho
correto".

Em seu discurso, o procurador ainda cobrou a revisão da Lei
da Anistia pelo STF e maior atenção do Judiciário para melhorar o sistema
carcerário nacional.
Segundo reportagem na edição eletrônica da Folha de S.
Paulo desta segunda-feira( 2). durante a cerimônia de abertura o presidente da
corte, Ricardo Lewandowski, disse que sua gestão fará estudos permanentes para
tentar melhorar o alto índice de congestionamento de processos na Justiça.
Além disso, seguirá dando prioridade a julgamentos que
resolvam questões importantes, permitindo que processos semelhantes que corram
em instâncias inferiores também sejam decididos com base na jurisprudência do
Supremo.
Quem também discursou durante a abertura foi o presidente
da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcus Vinícius Furtado Coelho. Ele ressaltou
o papel da defesa nos processos, "que é tão importante quando o da
acusação" para a garantia dos direitos dos cidadãos.
Ele ainda destacou que o STF, em diversas ocasiões, já se
manifestou no sentido de que ninguém deve ser preso sem antes ver seu processo
chegar ao fim. A fala, mesmo sem citar a Operação Lava Jato, ecoa argumentos
das defesas de empreiteiros presos, que classificam as detenções preventivas
como uma antecipação do cumprimento da pena.
"Ninguém pode sofrer consequências de uma condenação
antes da decisão final [da Justiça]. A defesa não pode ser peça de ficção e o
julgamento não pode ser um espetáculo".
Devido a um problema no sistema de som do STF, no início da
cerimônia, não houve sonorização para o hino nacional.
Sem a ajuda dos autofalantes, Lewandowski puxou o coro e os
presentes cantaram a capela, na íntegra, a primeira e segunda parte do hino.
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