GOVERNO VAI
ACIONAR A POLÍCIA
RODOVIÁRIA
CONTRA GREVISTAS
Depois de uma reunião no Palácio do Planalto, a
Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou nesta segunda-feira (24) com ações na
Justiça Federal em sete estados para pedir a suspensão imediata dos bloqueios
de rodovias promovidos por caminhoneiros. Essa foi a forma escolhida pela
categoria para protestar contra o aumento do diesel e exigir o reajuste do
valor do frete. Por conta dos bloqueios, algumas cidades estão sem combustíveis
e industrias, como a Fiat, em Betim (MG), suspendem a produção por falta de
peças, ou a produção de suínos e aves por falta de veículos para transporte
seguro dos produtos.
A AGU, além de pedir a adoção de medidas
necessárias para garantir o direito de ir e vir das pessoas, liberando as
pistas para livre circulação, solicitou a fixação de multa de R$ 100 mil para
cada hora que os manifestantes se recusarem a liberar o tráfego. As ações foram
ajuizadas simultaneamente nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do
Sul, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
As ações de desobstrução das pistas serão
realizadas com o apoio do Ministério da Justiça, por meio da Polícia Rodoviária
Federal e da Força Nacional. Uma força-tarefa foi montada pelo governo para
atuar no apoio a plantões judiciais para discutir com os juízes responsáveis pela
análise das ações a importância da liberação das rodovias. Da mesma forma, as
procuradorias regionais da União permanecerão de prontidão para ingressar com
ações em outros Estados que sofram com novos bloqueios.
Desde o início da manhã de segunda-feira, o
Palácio do Planalto se mobilizou para tomar medidas contra a paralisação. Além
do bloqueio do tráfego, o governo está preocupado com o impacto econômico do
fechamento de estradas no escoamento da produção, e também do perigo com
acidentes. A primeira reunião no Planalto para tratar do assunto foi realizada
pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel
Rossetto; da Justiça, José Eduardo Cardozo; dos Transportes, Antônio Carlos
Rodrigues; e da AGU, Luís Inácio Adams. Após esta primeira rodada de conversas,
Adams se reuniu com a presidente Dilma Rousseff, também no Planalto, e o
governo deu entrada em ações na Justiça Federal em sete Estados.
Paralelamente, o governo abriu mesas de negociação
com os caminhoneiros para tentar convencê-los a não fechar pistas e prejudicar
o trânsito nas estradas. Em 11 de fevereiro, o ministro Miguel Rossetto já
havia se reunido com a categoria, no Palácio do Planalto, para ouvir as
reivindicações e tentar evitar que o movimento se concretizasse.
Nas ações, a AGU ressalta que, mesmo
reconhecendo o direito à liberdade de expressão e de livre associação dos
manifestantes, "não é justo nem razoável que a utilização abusiva desses
direitos resulte em prejuízos de grande monta a praticamente toda a população
brasileira". A AGU argumenta ainda que os bloqueios aumentam os riscos de
acidentes e ameaçam a segurança de todos que precisam utilizar as rodovias,
além de provocar graves prejuízos econômicos ao impedir que cargas, muitas
delas perecíveis ou perigosas, cheguem ao destino.
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