MALÁRIA
VOLTA A ATACAR
NA REGIÃO
SERRANA DO RIO
O Rio de
Janeiro registrou 14 casos de malária nas últimas três semanas, todos na região
serrana. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), até então o número de
casos no estado entre 2008 e 2014 chegava a 15. Apesar do aumento, a Secretaria
de Estado de Saúde informou não haver evidências de surto da doença.
Os locais
de infecção são os municípios de Miguel Pereira (três), Nova Friburgo (dois),
Petrópolis (dois) e Teresópolis (um). A origem de mais seis casos já
confirmados permanece em investigação, segundo a secretaria. Não há mortes
confirmadas, e, até o momento, os casos registrados apresentam a versão branda
da doença.
Os
pacientes com malária na região serrana foram contaminados no local, ou seja,
não vieram infectados de outros lugares. São os chamados casos autóctones,
informou a secretaria.
A
investigação e monitoramento dos casos autóctones da Mata Atlântica do Rio vem
sendo feita desde 2008 pelo Laboratório de Pesquisa em Malária e Laboratório de
Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz),
integrantes do Centro de Pesquisa Diagnóstico e Treinamento em Malária da
Fiocruz (CPD-Mal).
A
fundação, em parceria com o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, está sequenciando o genoma do plasmódio
encontrado na Mata Atlântica. O objetivo é identificar a origem do parasita e o
envolvimento de outros animais, como macacos, no ciclo de transmissão, para
então traçar estratégias de combate à doença na região.
A
situação de alerta é direcionada para as pessoas que irão visitar as regiões
próximas à Mata Atlântica, com o forte calor, que favorece o
desenvolvimento do mosquito. Como a transmissão ocorre em ambiente silvestre, a
orientação é que pessoas que estiveram nas áreas de Mata Atlântica e apresentam
quadro febril busquem atendimento médico, informando o histórico de viagem,
para facilitar o diagnóstico e o início de tratamento adequado.
Segundo o
Ministério da Saúde, a Amazônia concentra mais de 99% do total de casos de
malária no país, inclusive, os mais graves. No Rio, a doença apresenta sintomas
leves, sem complicações. O tratamento é de três dias com medicamentos
distribuídos pelo próprio ministério.
Como a
malária não é endêmica no estado do Rio, muitos profissionais de saúde não
conseguem diagnosticar a doença de imediato. A Fiocruz alertou para a
existência de um serviço disponível para profissionais de saúde que necessitam
de informações a fim de um diagnóstico preciso da doença. Eles podem ligar para
o Malária-Fone (21-9988-0113).
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