ÀS VÉSPERAS DAS OLIMPÍADAS O DESTINO
DO CELIO DE BARROS É UMA INCÓGNITA
Apesar dos avanços
conseguidos com a mobilização social, o Estádio de Atletismo Célio de Barros,
no entorno do Estádio do Maracanã, ainda não tem destino definido. O projeto
original de concessão do estádio previa a sua demolição, junto com o Parque
Aquático Júlio de Lamare, a Escola Municipal Friedenheich e o antigo prédio do
Museu do Índio.
O Célio de Barros
foi fechado em março, e, após as manifestações ao longo do ano, o governador
Sérgio Cabral anunciou as mudanças de planos, desistindo da demolição. O
representante do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas, Demian Castro, disse
que a demolição do estádio de atletismo nunca foi debatida com os usuários. “A
gente quer que isso seja debatido com as pessoas que vivenciam. Os atletas do
Célio de Barros não foram consultados em nenhum momento e não sabem quando que
o Célio de Barros vai ser reaberto”, declarou.
O professor e
atleta máster Adalberto Rabelo, que dá aulas no Célio de Barros desde 1983,
explica que a pista foi destruída para servir de canteiro de obras do Maracanã.
“Está muito difícil, há a promessa da reconstrução, mas só a promessa. E nós
estamos aqui clamando pelo governador, pelas autoridades, pelos responsáveis
pelas obras do Maracanã, que reconstruam o nosso estádio, isso é um patrimônio
histórico do atletismo nacional, nós podemos dizer que lá nasceu o atletismo
nacional”.
De acordo com ele,
os atletas ficaram sem local de treinamento desde que o equipamento foi
fechado. “Tanto espaço para fazer obra e foram fazer no nosso estádio,
prejudicando o treinamento de muitos atletas de altíssimo nível, tanto atleta
adulto como o infantil e juvenil, e também o atleta máster, todos prejudicados
e sem local para treinar”, disse Rabelo.
O presidente da
Federação de Atletismo do Estado do Rio de Janeiro (Farj), Alberto Lancetta,
lembra que o Célio de Barros não foi demolido como previsto originalmente, mas
está inviável. “Só não destruíram mais porque eu entrei com uma liminar. Daí o
Ministério Público os obrigou a pararem, porque eles destruíram a minha torre
de controle com aparelhagem eletrônica, destruíram a gaiola de arremesso e
lançamento, aí eu fiz um boletim de ocorrência, fui à polícia, entrei no
Ministério Público. Aí eles tiveram que voltar atrás, foi por isso, porque eles
iam acabar com o estádio”, declarou.
A Casa Civil do
governo fluminense informou que está em “tratativas com o Ministério do Esporte
para transferência de recursos a fim de reformar o Célio de Barros”, mas que a
obra vai precisar de projeto e de licitação, portanto, só poderá ser executada
“a partir de julho de 2014, após o fim da Copa do Mundo”. (Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil).
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