TERMINA O PRAZO PARA GOVERNO
EXPLICAR A CRISE NOS PRESÍDOS
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, tem até esta segunda-feira
(6) para prestar informações ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
sobre as providências tomadas para evitar novas mortes no Complexo
Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.
Este ano, dois detentos morreram no interior do presídio.
Um deles foi encontrado em uma cela de triagem com sinais estrangulamento e o
outro foi vítima de golpes de uma arma artesanal com ponta de ferro aguda,
semelhante a uma lança (chuço), durante briga de integrantes de uma facção
criminosa.
No ano passado, 60 pessoas morreram no interior do presídio, segundo
relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O documento foi produzido com
base em inspeções no sistema prisional do Maranhão, em parceria com o Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP), presidido por Janot. O pedido de informações foi encaminhado
pelo procurador-geral no dia 19 de dezembro, após a morte de cinco presos –
três deles decapitados - em uma briga entre facções no Centro de Detenção
Provisória de Pedrinhas.
As respostas da governadora poderão subsidiar um eventual pedido de
intervenção federal no estado devido à situação dos presídios. O possível
pedido também levará em conta o relatório do CNJ, que destaca a necessidade de
se intensificar a cobrança, para que as autoridades maranhenses cumpram as
recomendações feitas pelo próprio Conselho, pelo CNMP e pela Comissão
Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Em dezembro, também em razão das mortes provocadas por brigas entre
facções rivais em Pedrinhas, a OEA pediu ao governo brasileiro a redução
imediata da superlotação das penitenciárias maranhenses e
a investigação dos homicídios ocorridos.
Na noite de sexta-feira (3), foram registrados quatro atos de vandalismo
envolvendo incêndio a ônibus em São Luís. Na avaliação das autoridades, os
ataques foram em reação às medidas adotadas para combater a criminalidade nas
unidades prisionais da capital, que receberam
reforço da Polícia Militar no fim de dezembro. O governo maranhense
informou que identificou os mandantes e os executores dos atos.
Em nota divulgada em seu site, o governo reafirma que "não
compactua com atos de violência e que continua agindo em conjunto com todos os
setores e órgãos que atuam na defesa dos direitos humanos e daqueles que
promovem a garantia da justiça e segurança", e informa que a Polícia
Militar está adotando providências complementares nas unidades prisionais de
São Luís, entre elas "a ampliação da vigilância com videomonitoramento, a
intensificação das revistas nas celas e o aumento da fiscalização interna com o
Batalhão de Choque e da fiscalização externa com rondas". (Thais Araujo -
Repórter da Agência Brasil)
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