ENTIDADES MÉDICAS CONDENAM A
EXPLORAÇÃO DE MÉDICOS CUBANOS
Entidades médicas divulgaram neste domingo (9) carta de
repúdio às condições de trabalho dos profissionais, cubanos ou não, que atuam
no Programa Mais Médicos. O Conselho Federal de Medicina, a Federação Nacional
dos Médicos e a Associação Médica Brasileira alegam que o contrato fere
direitos individuais e trabalhistas.
As entidades querem que todas as denúncias e os
"indícios de irregularidades" no processo de contratação de
intercambistas e de médicos brasileiros sejam apurados pelo Ministério Público
Federal, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Supremo Tribunal
Federal.
Desde o lançamento do programa, em julho do ano
passado, as entidades médicas defendem que a solução para a falta de
profissionais em regiões carentes é a criação de uma carreira federal,
semelhante à dos magistrados, para médicos do Sistema Único de Saúde, além da
estruturação dos locais de atendimento.
Os profissionais inscritos individualmente no programa recebem
bolsa-formação no valor de R$ 10 mil para trabalhar na atenção básica de
regiões carentes que não conseguem atrair médicos. Eles não têm vínculo
empregatício com o Ministério da Saúde, pois, segundo a pasta, participam de
uma especialização na atenção básica, nos moldes de uma residência médica.
Já os cubanos, que são 5.378 dos 6.600 profissionais do
programa, chegam ao Brasil por meio de um acordo entre os governos dos dois
países, intermediado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O governo
brasileiro faz o pagamento à Opas e a organização repassa para Cuba, que fica
com parte da verba. (Aline Valcarenghi - Agência Brasil)
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