DILMA E MARINA
DIVERGEM
SOBRE A AUTONOMIA DO
BC
Depois do pré sal, o novo ponto de divergência entre
Dilma Rousseff e a ex senadora Marina Silva é a necessidade de dar, ou não,
autonomia ao Banco Central. Enquanto Marina Silva defende a autonomia para o BC
executar a política monetária, responsável pelo controle e combate à inflação,
Dilma Rousseff, que é economista formada pela Unicamp, afirma que tal
independência é desnecessária. No horário da propaganda em rádio e TV, Dilma
afirma que no caso da uma vitória de Marina Silva, o Banco Central seria
controlado pela Febraban – a poderosa federação dos bancos.
Nesta quarta-feira, a candidata do PT à reeleição, Dilma
Rousseff, disse que não “acha necessária” a autonomia do Banco Central e
criticou propostas que sugerem a autonomia técnica da instituição, sem o controle
do governo e do Congresso Nacional.
“Cada setor nesse país merece ser escutado, ser ouvido e
ter seus interesses considerados como legítimos, qualquer setor, inclusive os
bancos. Agora, entre isso e eu achar que os bancos podem ser aqueles que garantem
a política monetária, fiscal, cambial, há uma diferença”, disse, em entrevista
no Palácio da Alvorada.
Dilma voltou a defender a política econômica do governo e
as medidas tomadas durante a crise econômica, que, segundo ela, não
sacrificaram a geração de empregos, a valorização do salário mínimo e os
investimentos. Dilma disse que “tem certeza de que a economia vai melhorar”
Já a candidata do PSB à Presidência da República, Marina
Silva, disse que, com a autonomia do Banco Central (BC), uma de suas propostas
para o governo, pretende garantir que o país retome a credibilidade e volte a
crescer. De acordo com a candidata, a autonomia do BC servirá também para
preservar os empregos.
“Há que se buscar meios para que o Brasil volte a ter
credibilidade, e essa credibilidade passa por várias ações. Uma delas, que é
importante, é ter o Banco Central autônomo para que ele não fique a serviço de
interesses que levaram [por exemplo] à derrota da Petrobras. O Banco Central
autônomo é para controlar a inflação, é para adquirir credibilidade para o país
voltar a crescer e para preservar o emprego”, explicou Marina.
Em entrevista coletiva, a ex-senadora voltou a citar
algumas propostas que estão previstas em seu programa de governo. “Acreditamos
que é possível uma governabilidade com os melhores. Acreditamos, e vamos fazer
a educação de tempo integral. Vamos construir as creches para que as mães
deixem seus filhos. Vamos trabalhar para que o país recupere sua
credibilidade.”
A candidata voltou a criticar os adversários e informou
que os advogados de sua campanha entrarão com ações “contra as calúnias” que
diz estar sofrendo. “Nossos advogados estão tomando as providências sobre as
calúnias que estão sendo feitas a mim e ao nosso projeto político”, afirmou
Marina, pedindo que os jornalistas questionem os demais candidatos sobre seus
programas de governo, que, segundo ela, ainda não foram apresentados.
Marina visitou hoje a Casa de Isabel, uma entidade
filantrópica de São Paulo que garante terapia para cidadãos pobres e vítimas de
violência doméstica e familiar. A candidata classificou a vista de
"técnica" e explicou que o objetivo foi para conhecer “boas
experiências”.
“Esta é uma experiência que trabalha com mulheres em
situação de risco e de violência. Um trabalho que tem resultado muito
importante nesta comunidade e está espalhado por outras unidades. Queremos
transformar as boas experiências em políticas públicas, dando escala com
recursos do Poder Público utilizado de forma correta”, ressaltou a candidata.
A ideia, concluiu Marina, seria espalhar projetos como
esse por todo o país, em parceria com o Poder Público.
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