quarta-feira, 10 de setembro de 2014

EX DIRETOR CONFIRMA QUE COMPRA
DE REFINARIA FOI FEITA NO ESCURO 
O ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, afirmou nesta quarta-feira (10) que o documento recebido pela empresa sobre a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, não continha todas as informações sobre o negócio. Segundo ele, nem todas as cláusulas do contrato foram analisadas para posterior aprovação. Segundo Estrela, a direção do alto comando da Petrobrás tomou a decisão de comprar a refinaria de Pasadena, nos EE.UU., sem conhecer os detalhes do negócio
Depois de aprovado pelo presidente e por todos os diretores, o documento foi apresentado e referendado pelo Conselho de Administração, que reúne representantes dos acionistas, entre eles ministros do governo, como a Ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, que era presidente do Conselho.
“Aprovamos e depois é que observamos essas cláusulas. Elas complicaram a sustentabilidade econômica do negócio”, disse Estrella, durante seminário da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia no Rio.
Segundo ele, a compra da refinaria era estratégica para a Petrobrás, que buscava agregar valor ao petróleo pesado para exportação. Acrescentou que a refinaria norte-americana pareceu uma boa ideia, principalmente porque localizava-se no maior mercado consumidor de petróleo do mundo.
“Agora, ela já foi comprada. Refinamos toda a refinaria. Não transformamos a refinaria para óleo pesado, porque descobriram gás do xisto nos Estados Unidos, o que está sendo investigado. Temos de apurar se houve ou não dolo na ausência dessa de informação nos documentos recebidos pela diretoria”, salientou Estrella.
O depoimento de Guilherme Estrella “casa” com a versão da presidente Dilma Rousseff de que a compra da refinaria americana fora tomada com base num resumo falho, elaborado por Nestor Cerveró, também diretor da Petrobrás.

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