EX DIRETOR CONFIRMA QUE COMPRA
DE REFINARIA FOI FEITA NO ESCURO
O ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras,
Guilherme Estrella, afirmou nesta quarta-feira (10) que o documento recebido
pela empresa sobre a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, não
continha todas as informações sobre o negócio. Segundo ele, nem todas as
cláusulas do contrato foram analisadas para posterior aprovação. Segundo
Estrela, a direção do alto comando da Petrobrás tomou a decisão de comprar a
refinaria de Pasadena, nos EE.UU., sem conhecer os detalhes do negócio
Depois de aprovado pelo presidente e por todos os
diretores, o documento foi apresentado e referendado pelo Conselho de
Administração, que reúne representantes dos acionistas, entre eles ministros do
governo, como a Ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, que era presidente
do Conselho.
“Aprovamos e depois é que observamos essas cláusulas.
Elas complicaram a sustentabilidade econômica do negócio”, disse Estrella,
durante seminário da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia no Rio.
Segundo ele, a compra da refinaria era estratégica para a
Petrobrás, que buscava agregar valor ao petróleo pesado para exportação.
Acrescentou que a refinaria norte-americana pareceu uma boa ideia,
principalmente porque localizava-se no maior mercado consumidor de petróleo do
mundo.
“Agora, ela já foi comprada. Refinamos toda a refinaria.
Não transformamos a refinaria para óleo pesado, porque descobriram gás do xisto
nos Estados Unidos, o que está sendo investigado. Temos de apurar se houve ou
não dolo na ausência dessa de informação nos documentos recebidos pela
diretoria”, salientou Estrella.
O depoimento de Guilherme Estrella “casa” com a versão da
presidente Dilma Rousseff de que a compra da refinaria americana fora tomada
com base num resumo falho, elaborado por Nestor Cerveró, também diretor da
Petrobrás.
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