FALTAM VAGAS NAS CADEIAS
PARA OS MAIORES DE 16 ANOS
O sistema
prisional brasileiro não tem estrutura para dar conta do aumento projetado para
a população carcerária, caso a redução da maioridade penal seja aprovada pelo
Congresso Nacional e sancionada pela Presidência da República. A opinião é de
autoridades e pesquisadores que participaram hoje (3) do lançamento do Mapa do Encarceramento: os Jovens do Brasil.
Divulgado hoje pelas secretarias Nacional de Juventude (SNJ) e de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), o documento mostra que a população carcerária no Brasil
cresceu 74% entre 2005 e 2012.
De acordo
com a autora da pesquisa, Jacqueline Sinhoretto, a superpopulação carcerária é
uma realidade em todo país. “Todos estados brasileiros já estão com
superpopulação carcerária. A média do Brasil é 1,7 preso para cada vaga, a um
custo variando entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por preso. Em Alagoas, a média é 3,7
presos por vaga. No entanto, há unidades com índice superior a cinco presos por
vaga”, informou a pesquisadora.
Para o
secretário Nacional de Juventude, Gabriel Medina, além da superpopulação, o
sistema prisional tem outros desafios. “O Brasil encarcera muito, encarcera mal
e não ressocializa os presos. Prova disso é que, apesar de a juventude já vir
sendo encarcerada, a situação do país não tem melhorado. Além de não
ressocializar os presos, [as instituições] vêm colocando os jovens sob domínio
de organizações criminosas”, disse ele.
Estranhamente,
a ampla divulgação dessa pesquisa ocorre no momento em que a presidente Dilma
Rousseff resolve entrar no debate sobre a redução da maioridade penal para 16
anos, apresentando-se contrária a essa medida, sem que o Governo se preocupe em
oferecer uma saída, como a adequação do Estatuto da Criança e do Adolescente,
modificando os critérios para a apreensão de maiores de 16 anos, inclusive a
prorrogação da sua permanência em abrigos depois de completarem 18 anos, como
foi proposto pelo governador Geraldo Alckmin, de S. Paulo. (Com Agência Brasil)
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