79% DOS SEGURADOS REPROVAM
OS PLANOS DE SAÚDE PRIVADOS
A maioria dos
associados aos planos de saúde no estado de São Paulo (79%) enfrentou dificuldades na
hora em que precisou dos serviços contratados. Os problemas ocorreram nos dois
últimos anos, segundo pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pela
Associação Paulista de Medicina. O levantamento mostra que a deterioração do
atendimento levou 30% dos pacientes a pagar por serviços particulares ou a
procurar o Sistema Único de Saúde.
A pesquisa foi
feita com 861 pessoas das quais 422 residentes na região metropolitana de São
Paulo e 439, no interior. Na amostragem projetada, estimou-se que 79% de um
universo de 10,4 milhões de usuários ou 8,2 milhões tiveram algum tipo de
problema relacionado ao plano de saúde. Cada uma relatou, em média, 4,3
questões de conflito.
O levantamento
mostrou também que a maioria dos associados faz a sua queixa diretamente às
seguradoras, caso de 11% dos consultados. Apenas 2% recorrem ao Procon e 1%
chegaram à Agência Nacional de Saúde.
Em comparação a
pesquisa anterior, cresceu em 50% a procura da rede pública, por falta de opção
de atendimento por meio dos planos. O número de segurados que se sentiram
obrigados a buscar atendimento particular cresceu entre 2012 e 2013. No ano
passado, 9% declararam ter feito a opção ante 12%, neste ano de 2013. O grupo
que recorreu ao sistema público passou de 15%, em 2012, para 22% neste ano.
O presidente da
associação dos médicos e do Conselho Regional de Medicina de São Paulo,
Florisval Meinão, esclareceu que a “questão está na estrutura da iniciativa
privada e não na qualidade do atendimento médico”. Ele observou que a
quantidade de leitos oferecidos no Brasil oscila entre dois a três a cada mil
habitantes enquanto o recomendado pela Organização Mundial da Saúde é três
a cinco.
“Nos precisaríamos
criar mais 16 mil leitos até 2016”, defendeu.
A principal queixa
ouvida pelos pesquisadores do Datafolha diz respeito à sala de espera lotada em
prontos-socorros, e a demora no atendimento, apontada por 66% dos
entrevistados. As dificuldades em agendar exames e obter diagnósticos atingiu
47% das citações. As reclamações de falhas no pronto-atendimento foram feitas
por 80%. A demora em autorizar exames mais complexos ou mesmo a negativa foi
citada por 16% dos entrevistados. (ABr)
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