GOVERNO ENXUGA GELO NA
GUERRA CONTRA O CRACK
Na semana passada, a Secretaria de Ação Social realizou
mais uma” Operação Crack” para tentar tirar das ruas os usuários de droga. Os
locais visitados pelas equipes de resgate da Secretaria agiram no entorno do
terminal de ônibus do Shopping Center, no centro, e na Praça Humaitá, no 25 de
Agosto. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, crianças, jovens e
adultos, que dormiam nas calçadas debaixo de papelões, foram levados para um
Abrigo, na Estrada do Capivari, próximo a Santa Cruz da Serra, onde tomaram
banho, foram alimentados, e, os que assim preferiram, ganharam uma cama com
lenções limpos onde passaram a noite, mas voltaram para as ruas no dia
seguinte.
O combate às drogas não é uma questão da competência
apenas da Polícia, mas uma questão de Saúde Pública, na medida em que a ação da
droga elimina a autoestima do usuário, provoca sequelas irreversíveis,
principalmente na atividade psicomotora, rompe os laços familiares e leva o
usuário, sem recursos para a compra da droga, a cometer diversos ilícitos,
inclusive latrocínios contra parentes ou desconhecidos.
O combate exige, portanto, uma ação conjunta das
autoridades das áreas de Saúde, Assistência Social, mas também e
principalmente, a participação do judiciário, do Ministério Público e da
Defensoria Pública. E a internação compulsória do usuário para desintoxicação não
pode ser descartada, exigindo, assim, um aparato legal que torne a medida
eficaz quanto á sua execução, mas também nos resultados, com o resgate do
usuário do domínio da droga.
Na contramão do crescimento do comércio das rogas, o
governo do estado vem desativando as clínicas criadas pelo Conselho Estadual de
Assistência Social no Governo Garotinho, em diversos pontos do Estado, que
vinham realizando um excelente trabalho no resgate e na reinserção dos
dependentes químicos em suas famílias e na sociedade, como a Michele de Moraes,
em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.
Duque de Caxias não dispõem de uma instituição em
condições de abrigar e ressocializar os dependentes das drogas, limitando-se a
fornecer atendimento ambulatorial para as famílias que lutam para resgatar os
parentes que se deixaram dominar pela droga. Isso é pouco, é muito pouco. O que
a Secretaria de Ação Social vem fazendo, desde governos anteriores, é apenas
enxugar gelo, pois sem internação e acompanhamento clínico, o usuário de crack,
a droga mais violenta e mais barata disponível no mercado, continuará a ser um
“sem teto” e “sem família”.
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