ROSEANA TEM 60 DIAS PARA
CONSTRUIR NOVOS PRESÍDIOS
A Vara de Direitos Difusos e
Coletivos de São Luís condenou o Governo do Maranhão, na segunda-feira (13), a
construir, no prazo de 60 dias, novos estabelecimentos prisionais,
preferencialmente no interior do estado, para solucionar a superlotação no
sistema carcerário local. A sentença é assinada pelo juiz Manoel Matos de
Araújo Chaves, auxiliar da vara, e resulta da Ação Civil Pública nº
23.181/2011, proposta pelo Ministério Público do Estado do Maranhão em 2011.
A sentença também dá prazo de
60 dias para a realização de reformas e adaptações nos estabelecimentos penais
do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde rebeliões e confrontos entre
facções criminosas causaram a morte de 62 detentos desde o ano passado. Outra
determinação ao Governo do Maranhão é a nomeação, no prazo de 30 dias, de todos
os candidatos aprovados em concurso público para o cargo de agente
penitenciário.
Na sentença, o juiz Manoel
Matos de Araújo Chaves informa que “as provas colacionadas aos autos e as
demais informações públicas oficiais evidenciam que todos os estabelecimentos
prisionais do Complexo Penitenciário de Pedrinhas apresentam condições insatisfatórias,
que inviabilizam a efetivação das sentenças e decisões criminais e as condições
para a ressocialização social dos presos (LEP, artigo 1º), com manifesto
comprometimento da dignidade da pessoa humana e dos direitos e garantias
fundamentais”.
A Ação Civil Pública foi
proposta em 31 de maio de 2011 pela 9ª Promotoria de Justiça Especializada na
Defesa da Cidadania com o objetivo de buscar a tutela de direitos violados no
Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo a ação, a situação do complexo configura
“desrespeito à Lei de Execução Penal e, principalmente, à dignidade da pessoa
humana”.
O texto da ação informa também
que recomendações por melhorias no Complexo Penitenciário de Pedrinhas são
feitas desde 2004. Além disso, é informado que, desde então, o Ministério
Público tenta formalizar com o Governo do Maranhão um termo de ajustamento de
conduta que traria compromissos pela solução das deficiências do sistema
carcerário. As últimas tentativas foram em novembro e dezembro de 2010. No
entanto, o texto ressalta que o Executivo local “silenciou quanto à celebração
de acordo para melhorar o sistema prisional”. ((Luiz Silveira/Agência CNJ)
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