MARANHÃO DEVOLVEU R$ 24 MI
PARA CONSTRUÇÃO DE PRESÍDIOS
Apesar de enfrentar, há anos,
o problema da falta de vagas em suas prisões, o governo do Maranhão devolveu
quase R$ 24 milhões à União por não ter conseguido executar, em tempo hábil, os
projetos de construção de um presídio e duas cadeias públicas. Juntas, as
cadeias de Pinheiro e de Santa Inês e o Presídio Regional de Pinheiro
acrescentariam 681 vagas ao sistema carcerário maranhense.
De 1998 a 2012, o Departamento
Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, e o governo do estado
assinaram nove convênios para construção de presídios, entre eles os três que
tiveram os projetos cancelados. Juntos, os nove convênios totalizam R$
50.749.830,00. Subtraídos os R$ 23.962.399,00 devolvidos ao Depen, o governo
estadual aplicou pouco mais de R$ 26 milhões dos recursos federais recebidos
por meio de contratos assinados nos últimos 15 anos – alguns deles ainda estão
em vigor e há obras em andamento. Existem ainda contratos que beneficiam o sistema
carcerário maranhense, com o aparelhamento de unidades prisionais, realização
de mutirões de execução penal e instalação de centrais de acompanhamento de
penas alternativas.
Os contratos não cancelados
destinam recursos para a construção das penitenciárias de João Lisboa (R$ 1
milhão, em 1998) e de São Luís (R$ 2,061 milhões, em 2000); do Presídio
Regional de Pedreiras (R$ 1,581 milhão, entre 2001 e 2002). Em 2007, foram
assinados os contratos para a construção da Penitenciária de Imperatriz (R$
6,508 milhões), da Penitenciária Feminina de Pedrinhas, em São Luís (R$ 9,446
milhões), e para ampliação do Presídio de São Luís (R$ 5,641 milhões).
De acordo com dados do
Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), o estado fechou o ano passado com
2.562 vagas a menos que o número de detentos. Em 19 de dezembro de 2012, a
população carcerária maranhense chegava a 5.466 pessoas. Desse total, 1.555
cumpriam pena em delegacias. Conforme revelou à Agência Brasil o juiz da Vara
de Execuções Penais Fernando Mendonça, indicado para assumir a coordenação do
Grupo de Monitoramento Carcerário do tribunal, há mais de 12 mil mandados de
prisão à espera de cumprimento no estado.
Em nota, o governo maranhense
informou ter devolvido os R$ 17 milhões necessários à construção da Cadeia
Pública de Santa Inês e os R$ 5,314 milhões destinados à construção da Cadeia
Pública de Pinheiro, porque, até março do ano passado, o Depen ainda não tinha
definido a maneira como o Executivo estadual poderia usar os mais de R$ 22
milhões. Segundo o governo maranhense, o impasse surgiu enquanto se discutia se
as duas unidades deveriam ser construídas pelo método convencional ou em
módulos. Os dois convênios assinados com o Depen tinham caráter emergencial. (Alex
Rodrigues - Agência Brasil)
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