CONTA DE LUZ TERÁ REAJUSTE,
MAS SÓ DEPOIS DAS ELEIÇÕES
Com os reservatórios em níveis críticos e o uso de 100%
das usinas térmicas, que utilizam carvão, óleo combustível, diesel e gás
natural, mais poluentes e cuja energia elétrica é mais cara que as produzidas
pelas hidroelétricas, o governo decidiu que a conta de energia elétrica irá
subir depois das eleições para Presidente da República. As medidas paliativas
até agora apresentadas são de difícil execução, devido a margem pequena no
orçamento da União para 2014, agravado pela disputa entre o PT de Dilma e o
PMDB de Michel Temer, Renan Calheiros, Henrique Eduardo Alves e José Sarney, os
únicos beneficiários diretos pelas mudanças na composição do Ministério, apesar
da aparência técnica dos escolhidos, mas todos apadrinhados pelo diabólico
quarteto que domina o maior partido do País.
Por isso, o valor do empréstimo que as distribuidoras
poderão fazer no mercado para cobrir os gastos extras com o uso de
termelétricas e com a compra de energia no mercado livre poderá ser maior que
os R$ 8 bilhões anunciados pelo governo na sexta-feira (13). Isso porque o
montante final vai depender do sucesso do leilão de energia que será feito em
abril pelo governo para que as distribuidoras não precisem mais recorrer ao mercado
livre para comprar energia, que só beneficia as geradoras.
No sábado, o governo anunciou que vai autorizar a
contratação de um financiamento de R$ 8 bilhões por meio da Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para que as distribuidoras paguem
suas dividas com as geradoras de energia. Esse financiamento será pago com
recursos que serão arrecadados pelas distribuidoras por meio do aumento das
tarifas.
Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, a expectativa é que as distribuidoras contratem
no leilão 3,3 mil megawatts, que é o valor necessário para cobrir a exposição
involuntária no mercado livre. “Se não conseguirem contratar tudo, a conta pode
subir”. O valor que será repassado para as tarifas dependerá também do
comportamento do Preço da Liquidação das Diferenças (PLD), que é o preço que as
distribuidoras pagam no mercado livre, e é muito volátil. “Essa é a melhor
estimativa que fizemos para o atual cenário”, disse.
Na sexta-feira também foi anunciado um aporte adicional
do Tesouro de R$ 4 bilhões na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que já
tem orçamento de R$ 9 bilhões para este ano. Os recursos virão de aumentos de
tributos e de uma nova extensão de prazo para o Refis da Crise, programa de
refinanciamento de dívidas de contribuintes com a União.
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