PLANOS DE SAÚDE
LIDERAM
RANKING DE RECLAMAÇÕES
Pelo segundo ano consecutivo, o setor de planos de saúde
lidera o ranking de queixas
recebidas pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), de acordo
com balanço divulgado pela passagem do Dia
Mundial do Consumidor, celebrado no sábado (15). Os planos de saúde estão no
topo da lista, com 26,66% das demandas feitas à entidade em 2013, com acréscimo
de 6,26 pontos percentuais em relação a 2012.
Em seguida, vêm serviços financeiros (16,73%), produtos
(13,05%) e telecomunicações (12,53%). Outros setores, que englobam imóveis,
transporte, lazer e serviços públicos, corresponderam a 31,03% dos registros
feitos por consumidores no Idec. No ano passado, o instituto registrou 13.541
demandas, sendo 8.040 dúvidas de relações de consumo e 5.501 pedidos de
informação sobre processos judiciais.
“O ranking
do Idec nada mais é do que a ponta do iceberg
de milhões de consumidores insatisfeitos com a má qualidade na prestação de
serviços e produtos no âmbito da iniciativa privada ou governamental. Esperamos
que esses valores diminuam cada vez mais e que essa queda represente a retomada
contínua do respeito aos direitos do consumidor”, disse a coordenadora
executiva Elici Bueno.
Sobre planos de saúde, as queixas mais recorrentes são
negativa de cobertura, reajustes abusivos e descredenciamento da rede
assistencial. “Isso mostra que temos um problema na regulação. A ANS [Agência
Nacional de Saúde Suplementar] não está resolvendo, apesar de algumas
iniciativas nos últimos dois anos”, disse o gerente técnico do Idec, Carlos
Thadeu de Oliveira.
Entre essas iniciativas, ele cita a suspensão da venda de
planos de saúde. Atualmente, há 111 planos de saúde de 47 operadoras com a
comercialização suspensa. “Mas, me parece que o mercado não está respondendo de
maneira positiva. Talvez seja o caso de ter medidas mais enérgicas, como a
suspensão definitiva e não apenas temporária de alguns planos”, acrescentou o
gerente.
O setor de saúde privada abrange cerca de 50 milhões de
brasileiros. “Quando as empresas não entregam o serviço que prometem entregar,
o consumidor é punido porque pagou e não recebeu pelo serviço e acaba
recorrendo ao SUS [Sistema Único de Saúde]”, ressaltou Oliveira.
Segundo a ANS, o programa de monitoramento avalia a
prestação do serviço das operadoras por meio das queixas registradas pelos
usuários nos canais de atendimento da agência. “Dessa maneira, os planos com
maior número de reclamações não solucionadas adequadamente ficam impedidos de
ser comercializados até conseguir reestruturar a assistência ao beneficiário”,
informou a agência. Desde 2012, a ANS suspendeu temporariamente a venda de 783
planos de saúde de 105 operadoras.
Os canais de atendimento são o Disque ANS (0800 701
9656), o site (www.ans.gov.br) e um dos 12 núcleos localizados no país (http://www.ans.gov.br/aans/nossos-enderecos).
No setor financeiro - bancos, cartões de crédito,
financiamento e consórcios -, as principais reclamações no Idec são cobranças
indevidas, negativa de renegociação de dívida e falta de informação sobre o
custo efetivo total (CET) de operações de crédito.
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