quinta-feira, 20 de março de 2014

EDUARDO CAMPOS DESAFIA LULA:
"A ESPERANÇA VENCERÁ O MEDO" 
O clima entre o ainda governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece ter esquentado. O governador respondeu, através de nota, a notícia publicada no blog do jornalista Fernando Rodrigues de que Lula havia comparado Eduardo Campos com “aquele jovem”, em referência ao ex-presidente Fernando Collor de Mello, que sofreu um impeachment após uma série de denúncias de corrupção.
Na resposta, Campos utilizou o mesmo bordão usado por Lula na campanha de 2002, quando a acusação era de que ele levaria o País ao caos caso chegasse ao poder. "Toda vez que o País pede mudanças, alguns políticos tentam colocar o medo no coração do povo. Mas, desta vez, como aconteceu em 2002, a esperança vai vencer o medo”, disse a nota do governador.
Na ocasião, Lula externou que estava preocupado que a situação atual descambasse para algo semelhante ao que aconteceu na eleição presidencial de 1989, quando Collor foi eleito com o discurso de mudanças e renovação do quadro político, mas afastado da Presidência sob denúncias de participação em esquemas de corrupção.
Lula disse, ainda segundo Fernando Rodrigues, que as pessoas sabem o que pode acontecer quando votam em "um desconhecido, que se apresente muito bem, jovem". Collor tinha 40 anos quando foi eleito presidente e era governador de Alagoas. Campos também governa um estado nordestino e tem 48 anos.
Até este episódio, Campos havia evitado trombar diretamente com Lula, de quem foi ministro da Ciência e Tecnologia. As críticas do governador sempre foram dirigidas à presidente Dilma e Campos sempre fez questão de afirmar “ser preciso preservar as conquistas econômicas e sociais do governo Lula”. Por meio da assessoria de imprensa do Instituto Lula, o ex-presidente negou ter pronunciado o nome do governador de Pernambuco ou de outro adversário de Dilma.

Com o clima esquentando cada vez mais por conta da proximidade das eleições e com algumas mágoas ainda bastante recentes – o PT ainda não digeriu a saída do PSB da base governista e muito menos a candidatura presidencial do socialista –, resta saber se os partidos conseguirão colocar panos quentes para evitar um embate sangrento entre as legendas que foram aliadas históricas por décadas.

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