EDUARDO CAMPOS DESAFIA LULA:
"A ESPERANÇA
VENCERÁ O MEDO"
O clima entre o ainda governador de Pernambuco e
pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, e o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece ter esquentado. O governador
respondeu, através de nota, a notícia publicada no blog do jornalista Fernando
Rodrigues de que Lula havia comparado Eduardo Campos com “aquele jovem”, em
referência ao ex-presidente Fernando Collor de Mello, que sofreu um impeachment
após uma série de denúncias de corrupção.
Na resposta, Campos utilizou o mesmo bordão usado por
Lula na campanha de 2002, quando a acusação era de que ele levaria o País ao
caos caso chegasse ao poder. "Toda vez que o País pede mudanças, alguns
políticos tentam colocar o medo no coração do povo. Mas, desta vez, como
aconteceu em 2002, a esperança vai vencer o medo”, disse a nota do governador.
Na ocasião, Lula externou que estava preocupado que a
situação atual descambasse para algo semelhante ao que aconteceu na eleição
presidencial de 1989, quando Collor foi eleito com o discurso de mudanças e
renovação do quadro político, mas afastado da Presidência sob denúncias de
participação em esquemas de corrupção.
Lula disse, ainda segundo Fernando Rodrigues, que as
pessoas sabem o que pode acontecer quando votam em "um desconhecido, que
se apresente muito bem, jovem". Collor tinha 40 anos quando foi eleito
presidente e era governador de Alagoas. Campos também governa um estado
nordestino e tem 48 anos.
Até este episódio, Campos havia evitado trombar
diretamente com Lula, de quem foi ministro da Ciência e Tecnologia. As críticas
do governador sempre foram dirigidas à presidente Dilma e Campos sempre fez
questão de afirmar “ser preciso preservar as conquistas econômicas e sociais do
governo Lula”. Por meio da assessoria de imprensa do Instituto Lula, o ex-presidente
negou ter pronunciado o nome do governador de Pernambuco ou de outro adversário
de Dilma.
Com o clima esquentando cada vez mais por conta da
proximidade das eleições e com algumas mágoas ainda bastante recentes – o PT
ainda não digeriu a saída do PSB da base governista e muito menos a candidatura
presidencial do socialista –, resta saber se os partidos conseguirão colocar
panos quentes para evitar um embate sangrento entre as legendas que foram
aliadas históricas por décadas.
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