DESATIVAÇÃO DE FERROVIAS
PREOCUPA DEPUTADA DO RJ
A deputada federal Andreia Zito (PSDB-RJ) está preocupada
com o desmonte e a degradação de trechos de ferrovias viáveis, localizados em
sete estados brasileiros, que estão prestes a serem desativados e devolvidos ao
governo pela concessionária Ferrovia Centro-Atlântica S.A (FCA). Para
esclarecer a questão, a parlamentar enviou requerimento de informação ao
ministro dos Transportes, César Borges, sobre a resolução nº 4.131, de 2013, da
Agência Nacional de Transportes (ANTT), referente à autorização dada à
concessionária FCA para fazer a devolução dos trechos.
A malha da FCA, que cobre os estados do Rio, Minas,
Espírito Santo, São Paulo, Goiás, Bahia e Distrito Federal, engloba mais de 8
mil quilômetros de linhas férreas. No Rio de Janeiro, são viáveis
economicamente os trechos que cortam municípios que, segundo a parlamentar,
“provavelmente dependem dessa malha ferroviária para escoamento de sua produção
e correm o risco de assim deixar de tê-la”. Ela menciona a estação de Barão de
Angra, no município de Paraíba do Sul (ao lado), e de Campos dos Goytacazes(abaixo).
A deputada questiona os efeitos da resolução no Estado do
Rio, com cerca de 742 quilômetros de trechos ferroviários antieconômicos e
3.247 quilômetros de trechos considerados economicamente viáveis, que seriam
erradicados para dar lugar a novos traçados, de acordo com o Programa de
Investimentos em Logística (PIL), lançado em 2013 pelo governo federal.
A devolução, ressalta a parlamentar, fará com que a FCA
pague uma indenização de cerca de R$ 780 milhões na forma de investimentos em
outros trechos. Já os outros 3.247 quilômetros, embora sejam considerados
economicamente viáveis, deverão ser erradicados em função de projetos
coincidentes do PIL.
“Como ficará a gestão do patrimônio oriundo dessa
devolução para o Poder Executivo, haja vista a certeza de que os
administradores públicos não são eficientes quanto à gestão de preservação do
bem público? Que providências estão sendo tomadas por esse Ministério em
relação aos trechos autorizados para desativação e devolução, considerados
economicamente viáveis?”, questiona a deputada.
A parlamentar lembra ainda que a devolução do trecho
poderá “desmontar e retirar a superestrutura atualmente instalada nos trechos
da malha ferroviária devolvida”. No requerimento ela também quer saber sobre o
impacto financeiro de toda a transação. Preocupada, a deputada declara: “Essa
situação mostra que, mais uma vez, o Brasil estará perdendo quilômetros de
malha ferroviária”; além de haver a possibilidade de se “destruir o que está
construído, onde o interesse maior do governo deveria ser, simplesmente,
trabalhar pela conservação desse patrimônio”, afirma a deputada.
O contrato de concessão da FCA engloba a exploração da
infraestrutura e desenvolvimento do serviço público de transporte ferroviário
de carga na Malha Centro-Leste, entre outros pontos, além do dever de
ressarcimento quanto aos prejuízos causados no período de utilização de tais
trechos.
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