PRESIDENTE DA PETROBRÁS VAI
AO CONGRESSO “CONTAR TUDO”
A presidente da Petrobras, Graça Foster, por
decisão do Palácio do Planalto, vai assumir as rédeas da discussão em torno das
polêmicas envolvendo a estatal na compra de uma refinaria nos EE. UU. e
anunciou a abertura de uma comissão de apuração interna. “É muito importante
que se saiba que a Petrobras tem um comando. É uma empresa que tem 85 mil
funcionários e tem uma presidente. Sou eu. Eu respondo pela Petrobras. E o que
precisa ser investigado é investigado. Eu preciso de uma comissão para me
sentir respaldada a discutir Pasadena”, disse.
Após um acordo entre parlamentares governistas e de
oposição, os requerimentos de convite à presidente da Petrobras e ao ministro
de Minas e Energia foram aprovados nesta terça-feira (25) pelas Comissões de
Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e de Fiscalização e Controle (CMA) e a de
Assuntos e Econômicos (CAE), onde os senadores cobram explicações sobre a
compra da refinaria do Texas.
Com apoio da liderança do PSB, a oposição no Senado
também se articula para aprovar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para
apurar suspeitas contra a Petrobras. O caso já é investigado pelo Ministério
Público, Policia Federal e Tribunal de Contas da União.
Em entrevista ao Globo, Graça confirmou as
declarações da presidente Dilma Rousseff sobre a compra em 2006, de que no
resumo executivo não consta a cláusula Marlim, que trata da rentabilidade e
garantia o retorno de 6,9% ao ano ao grupo belga Astra, sócio da Petrobras; e
não consta o “put option”, que trata da saída da outra parte da companhia e
forçou a estatal a comprar a fatia dos belgas.
Ela também citou o caso do ex-diretor Paulo Roberto
Costa, preso na operação Lava-Jato da PF, como um outro motivador para abertura
da comissão. Graça diz que desconhecia a existência de um comitê de
proprietários de Pasadena no qual o Paulo Roberto era representante da
Petrobras.
“Não aceito descobrir que estou falando um número e
o número correto é outro (em referência ao valor pago pela Pasadena em 2006).
Não aceito que me venha um comitê que eu não sabia. E não ficará pedra sobre
pedra”, garantiu a presidente da Petrobrás.
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