SENADO DEBATE O CUSTEIO
DAS CAMPANHAS ELEITORAIS
Nesta terça-feira (24) os senadores iniciam a discussão de projeto de
lei que estabelece o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais
(PLS 268/2011). A maioria dos parlamentares criticou o financiamento
exclusivamente público e apontou como alternativa o modelo misto, no qual é
possível alcançar um equilíbrio entre as dotações oriundas dos recursos
públicos via fundo partidário e a contribuição de pessoas físicas, sem
participação das empresas privadas.
No entanto, não houve acordo para votação da proposta e os líderes
partidários, juntamente com o presidente do Senado, Renan Calheiros, decidiriam
realizar a sessão temática. O presidente acrescentou que será garantida a
participação de todos os senadores que quiserem falar e que todos os projetos
relacionados ao financiamento – independentemente de tratarem de financiamento
privado, público ou misto – constarão da pauta da sessão temática.
— Há uma cobrança enorme da sociedade para que o Parlamento se posicione
sobre isso – declarou Renan.
Além do PLS 268, também tramita na Casa o Projeto de Lei do Senado (PLS)
47/2015, que propõe o fim da doação de empresas a partidos e candidatos e
determina limites de contribuições de pessoas físicas: R$ 10 mil para campanhas
de candidatos e R$ 50 mil para partidos. Conforme a proposta, do senador Jorge
Viana (PT-AC), esse valor deverá ser atualizado a cada eleição.
Outra matéria que deve ser discutida na sessão é o substitutivo ao
projeto da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) - PLS 60/2012 - que proíbe doações de empresas
em dinheiro, ou por meio de publicidade, a candidatos e partidos políticos.
Originalmente, o projeto proibia apenas a oferta de recursos por empresas com
dirigentes condenados em instância final da Justiça por corrupção ativa. O
substitutivo, aprovado por unanimidade na Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ), é de autoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR) e altera
dispositivos da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997).
— Esse é o projeto fundamental da reforma eleitoral, pois dá sentido aos
clamores da população. O financiamento de pessoa jurídica para campanha é o que
tem originado toda a corrupção que se levanta no Brasil hoje — afirmou o
senador.
Como tramitam no Senado várias propostas com teor semelhante, os
senadores chegaram a sugerir nesta semana, ao presidente Renan Calheiros, o
apensamento de algumas matérias (isto é, a incorporação ao mesmo projeto de
várias proposições semelhantes).
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