COAF IDENTIFICOU E RASTREOU
R$
51,9 BILHÕES NA LAVA JATO
O presidente do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf), Antônio Gustavo Rodrigues, informou hoje (7) que a
instituição produziu 267 relatórios sobre a Operação Lava Jato para a Polícia
Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF). Esses relatórios citam
27.579 pessoas físicas e jurídicas em movimentações financeiras que totalizaram
R$ 51,9 bilhões.
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Antônio Gustavo Rodrigues |
Em depoimento à CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados,
Rodrigues destacou que entrada e saída de dinheiro de uma conta constituem duas
movimentações diferentes, mas não necessariamente de valores distintos. “Se
alguém deposita R$ 1 mil na sua conta e depois retira R$ 1 mil, são duas
movimentações, mas se tratam dos mesmos R$ 1 mil”, exemplificou.
Os relatórios da Coaf são feitos a partir de comunicações
dos bancos, após notarem uma operação suspeita, como transferência de valores
muito altos para uma empresa sem tradição no mercado. Segundo Rodrigues, os 267
relatórios correspondem a 8.918 comunicações recebidas.
O deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) chegou a manifestar a
intenção de pedir cópias dos relatórios. Entretanto, o presidente do conselho
alertou que alguns nomes não estão com o sigilo bancário quebrado e que,
portanto, não podem ser divulgados. Ele sugeriu ao parlamentar que informasse
os que tiveram o sigilo quebrado, de modo que a Coaf forneça apenas esses
relatórios.
De acordo com Rodrigues, o Brasil tem dificuldade em punir
exemplarmente e prefere criar meios para prevenir a repetição do ilícito. “O
Brasil cria uma série de entraves pr’á dificultar e pune a sociedade toda. Tem
de punir aquele que infringiu a lei. Minha visão é essa. Em vez de resolver o
problema, encarar o errado, [pune a sociedade]”.
O presidente do Coaf avaliou que o sistema brasileiro de
controle de operações financeiras funciona, uma vez que os ilícitos envolvendo
a Petrobras e empreiteiras foram descobertos e estão sendo investigados.
Para o deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA), o sistema
precisa ser revisto. “Temos de reconhecer que existem falhas graves. O sistema
não está funcionando e esses órgãos todos precisam de uma revisão de
procedimentos e atitudes. ”
Segundo o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), o sistema de
investigação melhorou, o que não significa que não havia ilícitos antes. “É
fácil dizer que agora aumentou a corrupção, mas antes não havia controle. É
evidente que agora apareçam mais ilícitos. Estão apurando mais”, acrescentou
Prascidelli.
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