JUSTIÇA FEDERAL BLOQUEIA BENS
DE EXECUTIVOS DO FUNDO POSTALIS
A Justiça Federal de São Paulo
determinou o bloqueio dos bens de vinte pessoas ligadas ao Postalis, fundo de
pensão dos funcionários dos Correios, referente à venda de um terreno para o
fundo. O bloqueio será aplicado até o valor total de 196 milhões de reais, segundo
despacho judicial enviado a Juntas Comerciais e ao Banco Central.
Entre os executivos do Postalis
que tiveram os bens bloqueados está o atual presidente do fundo, Antônio Carlos
Conquista, que já foi do fundo de pensão da Petrobras e foi indicado ao cargo
pelo PT, a convite do presidente dos Correios, Wagner Pinheiro. A lista ainda
inclui o presidente do Conselho, Ernani Coelho, também indicado pelos Correios
ao cargo, e o diretor administrativo, Roberto Macedo de Siqueira Filho. Também
fazem parte da lista ex-diretores como Ricardo Oliveira Azevedo, da área
financeira, que foi indicação do PMDB, e Sinécio Greve, da área de seguridade.
Segundo reportagem do Estado de S.
Paulo, a determinação do bloqueio dos bens, que será feito até atingir o valor
total da compra do terreno, foi dada em um processo de improbidade
administrativa movido pelo Ministério Público Federal de São Paulo. O processo
corre desde meados de junho em segredo de Justiça. O MP pede na ação que seja
anulada a compra do terreno de 117.000 metros quadrados em Cajamar (SP), que
abriga hoje um centro logístico dos Correios, feita pelo Postalis em 2012.
As suspeitas em torno da
operação se deram porque uma empresa com sede na Nova Zelândia, a Latam Real
State, atravessou o negócio do Postalis. O fundo de pensão estava negociando a
área em Cajamar diretamente com o empresário Luiz Fernando Pires, sócio da
construtora mineira Mascarenhas Barbosa Roscoe e proprietário original do
terreno. Segundo as investigações, o Postalis estava disposto a pagar 194
milhões de reais pelo terreno. Mas Pires o vendeu por 150 milhões de reais à
Latam, que três meses depois o revendeu ao Postalis pelo valor inicial
oferecido pelo fundo.
Os empresários que fizeram o
negócio imobiliário também tiveram seus bens bloqueados. Além de Pires, o
advogado Marcelo Bicudo, representante da Latam Real State, também teve os bens
bloqueados.
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