SUBMARINO ATÔMICO PODE
AFUNDAR COM O PETROLÃO
Em sua
busca e a apreensão desta terça-feira (28), a Polícia Federal procurou
documentos para embasar suspeitas de que houve irregularidades na execução do
programa de submarinos da Marinha, que visa colocar no mar um modelo de
propulsão nuclear por volta de 2025. As
suspeitas surgiram em etapas anteriores da Lava Jato, segundo a Folha apurou, em que a Odebrecht foi
alvo de investigações. A empreiteira é a maior parceira nacional do projeto,
sendo responsável pelas obras do estaleiro e da base naval em Itaguaí (RJ).

O acordo
foi uma das estrelas do segundo mandato de Lula. Seus termos preveem que os
franceses fornecerão tecnologia para a construção de quatro submarinos
convencionais, movidos por motores diesel-elétricos, e um nuclear –a menina dos
olhos dos almirantes, já que apenas seis países operam esse tipo de armamento
hoje.
A
fabricação já está em curso, com seções do primeiro modelo convencional sendo
integradas no Rio.
A
Odebrecht foi subcontratada pelo estaleiro DCNS francês para assumir as obras
da nova base por € 1,7 bilhão. Não houve licitação, o que provocou críticas
veladas de suas concorrentes à época.
Como se trata
de um negócio envolvendo a segurança nacional, tudo é sigiloso e fora das
regras da Lei de Licitações. Isso é praxe em praticamente todo o mundo e deverá
dificultar apurações da PF.
O acordo
sofreu críticas por ter feito o Brasil adquirir uma família diferente de
submarinos, a classe Scorpène francesa, vista por especialistas como inferior
aos novos modelos alemães –o Brasil já utilizava submarinos de desenho
germânico, numa parceria que remonta a 1983.
Não ajuda
muito o fato de a DCNS ter longo currículo de acusações de pagamentos de
propina e outras suspeitas em negócios com as mesmas submarinos na Índia e
Malásia.
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