CABRAL TROCA
CONCURSADOS
DA SAÚDE POR TERCEIRIZADOS
Agora, os concursados temporários se mobilizam para que
sejam efetivados definitivamente. Segundo a Constituição Federal, o poder
público é obrigado a efetivar servidores temporários que prestaram serviços por
cinco anos — prazo que, para parte desses concursados, termina em 15 março. Os
servidores desligados também planejam fazer uma manifestação no dia 14 de
março, às 17h, na Candelária, no centro do Rio.
Os servidores temporários contestam ainda a forma como o
concurso foi realizado. Segundo a lei federal número 8.745, o poder
público só pode convocar concursos para servidores temporários em casos de
calamidade pública, assistência a emergências em saúde pública e para
realização de pesquisas. Além disso, apontam os concursados temporários, o
governo estendeu por quase cinco anos o contrato, sem que o Estado estivesse
passando por casos emergenciais. Para Andreza Balbino, representante dos
concursados pela Fesp, o concurso se deu de forma ilegal.
— Não sabíamos que era uma contratação ilegal. Somos mais
de 6.000 funcionários, que temos famílias, que seremos colocados na rua.
Em audiência pública na semana passada na Alerj, os
concursados da Fesp, como o grupo passou a ser conhecido, afirmaram que, por
anos, o governo do Rio deixou de realizar concursos públicos para contratar
servidores permanentes na área da saúde e, em contrapartida, grupos
terceirizados (cooperativas e OSS's) passaram a assumir parte dos hospitais
desde 1997. A deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB) criticou.
— Está em curso no nosso País um projeto de privatização
da saúde. Queremos a aprovação de uma legislação que mantenha os funcionários
públicos.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde nega o processo
ao dizer que “o contrato estabelecido entre o profissional, aprovado no
concurso da Fesp de 2009, e a contratante seria por tempo determinado, de
acordo com a Lei 4599/2005. Sobre as cooperativas, a secretaria vem seguindo
orientação do Ministério Público e determinação do Tribunal de Contas do
Estado, contrárias a este tipo de contratação, e, por isso, reduzindo
gradativamente este tipo força de trabalho em seus quadros”.
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