DAS PIORES EMPRESAS
DE ÕNIBUS
As secretarias municipais e órgãos ou empresas públicas que
fiscalizam a prestação do serviço de transporte público deveriam divulgar, de
forma regular e transparente, a relação das mais frequentes reclamações feitas
por usuários e o nome das empresas mais bem e mal avaliadas. A sugestão é do
pesquisador do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) João Paulo
Amaral.
Coordenador de uma pesquisa do Idec sobre o grau de
insatisfação dos usuários de ônibus e metrô de São Paulo (SP) e Belo Horizonte
(MG), Amaral lembra que a estratégia, comum em outros setores, como no
transporte aéreo, é uma forma eficiente de obrigar as concessionárias a
melhorar a qualidade do serviço que oferecem aos cidadãos.
"Isso é algo que já ocorre em vários setores. O
Poder Público oferecer esse tipo de dado é um ótimo termômetro e tornar
públicas essas informações é muito interessante", disse o pesquisador
à Agência Brasil. "Muitas
prefeituras não têm esses dados tabulados, não os divulgam e não dão respostas
aos usuários que se queixam. Isso pode significar que os órgãos responsáveis
podem não estar usando essas informações, que devem ser consideradas de forma
mais eficiente, como um termômetro da qualidade do serviço prestado",
acrescentou Amaral, defendendo, contudo, que os usuários não deixem de
registrar suas queixas sempre que o serviço deixar a desejar.
O próprio Idec lançou recentemente na internet um site no qual as pessoas que passaram
por algum problema relacionado ao transporte público - e não apenas com
ônibus - podem registrar sua queixa. O site faz parte da campanha Chega de Aperto, organizada com
o apoio da organização não governamental ClimateWorks Foundation, com o
propósito de reforçar entre a sociedade a tese de que a mobilidade urbana e os
meios de transporte públicos são direitos essenciais.
"É uma plataforma online, por meio das quais as pessoas podem fazer suas
reclamações. Todas elas vão ser reunidas e levadas aos gestores públicos de
cada cidade para, vistas em conjunto, terem mais peso. É interessante que as
pessoas, na medida do possível, nos mandem fotos que sirvam de evidência",
concluiu Amaral. (Agência Brasil)
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