domingo, 24 de agosto de 2014

APESAR DA LEI MARIA DA PENHA AS
MULHERES CONTINUAM MORRENDO 
A lista de mulheres agredidas e até assassinadas por seus maridos, namorados e “ex” cresce a cada dia, enquanto as autoridades do Executivo e do Judiciário não encontrarem uma maneira menos burocrática de administrar os conflitos conjugais. Da mesma forma que a Polícia não agiu com o rigor e a celeridade que o caso requeria, diante da denúncia de cárcere privado e tentativa de aborto forçado da ex modelo Elisa Samúdio contra o então goleiro Bruno, seu namorado, cuja sentença condenatória só foi publicado depois do desaparecimento da modelo, esta semana essa escabrosa novela voltou a se repetir, desta vez tendo como vítima um apequena empresária, residente, em Duque de Caxias.
Conforme reportagem do jornal “O Dia”, a empresária do ramo de decorações Adenilda Amaro da Silva, 37 anos, foi morta a tiro na madrugada desta terça-feira (19), em casa, no bairro de Gramacho, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com o cunhado da vítima, o mecânico Gilberto Muniz de Andrade, 46, o crime foi cometido pelo ex marido de Adenilda na frente do filho do ex casal de apenas sete anos. Um disparo, segundo ele, atingiu a vítima na cabeça. Ela chegou a ser levada ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio, mas não resistiu aos ferimentos.
O mecânico conta que flagrou o marido deixando a casa após efetuar os disparos. Segundo Andrade, o homem chegou a ameaçá-lo caso tentasse se aproximar. "A minha casa e a da Adenilda são no mesmo terreno. Eu acordei com os disparos às 3h50 da manhã. Foi primeiro um disparo e depois dois em sequência. Eu corri para ver o que tinha acontecido e o vi tentando fugir. Eu gritei por ele e ele me mandou voltar para a casa. Quando eu tentei perguntar o que tinha acontecido, ele ameaçou pegar a arma e me obrigou a voltar", lembra.
Ainda segundo a reportagem, a empresária teria feito pelo menos oito registros na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) da Baixada. No final do relacionamento, o suspeito teria mantido relações sexuais com a mulher à força. 
De acordo com a delegada Cristiana Miguel Bento, titular da Deam/Caxias, Adenilda Amaro da Silva realizou seis registos de ocorrência na especializada. A vítima procurou a unidade para comunicar um crime de lesão corporal, um de injúria e quatro de ameaça. Dois inquéritos foram arquivados pelo Ministério Público por falta de provas, os outros quatro estão em andamento.
Ainda segundo a delegada, Adenilda foi encaminhada para exame de corpo de delito, mas não realizou o exame. A titular solicitou à Justiça uma medida protetiva em favor da vítima e comunicou o autor da decisão judicial. A delegada também pediu à Justiça a busca e apreensão de uma arma de fogo usada pelo ex marido de Adenilda para ameaçá-la, mas a decisão ainda não havia sido deferida pela Justiça.
Esse é o “script” de uma nova sem fim, onde a mulher comparece a uma Delegacia da Mulher, apresenta queixa contra o ex marido ou namorado, e volta para casa, confiando na atuação da Polícia para interromper as agressões e ameaças. O acusado, mesmo comunicado do R,O – Registro de Ocorrência – continua livre, leve e solto. Até o dia em que resolve o “caso” com as próprias mãos!
Em matéria de segurança, continuamos no Século XIX, onde a mulher só saía do jugo do pai par ser submetia ao jugo do marido (companheiro). Nem votar ela podia. O direito de voto feminino não alterou as relações de propriedade do homem sobre a mulher. O resultado acaba, quase sempre, no cemitério. E o marido violento continua solto, para fazer novas vítimas da sua prepotência, sob a vistas já cansadas a Polícia, do Ministério Público e dos Juízes em atuação por esse imenso Brasil. Até quando? 

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