RJ: RESERVATÓRIO SUBTERRÂNEO
DE ÁGUA FICOU DEBAIXO DO LIXO
E matéria de segurança hídrica, o Estado do Rio poderia
ter uma situação mais tranquila, se o atual governo do estado não tivesse
tomado a discutível e contestada ideia de construir um aterro sanitário sobre o
Aquífero de Piranema, em Seropédica, uma das maiores reservas subterrâneas de
água doce da América Latina. Apesar da pressão dos ambientalistas, inclusive
estudantes e professores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – que
tem um campus próximo ao Aquífero – o Ministério do Meio Ambiente autorizou que
a área da reserva de água fosse soterrada por toneladas de lixo desde o
fechamento pela prefeitura carioca do lixão do Jardim Gramacho, em Duque de
Caxias, no final de junho de 2012.
A aterro de Seropédica foi uma saída improvisada pelo
governador Sérgio Cabral para que a Prefeitura do Rio cumprisse a promessa,
feita em 1992, de desativar o lixão do Jardim Gramacho, explorado pela Comlurb
por mais de 30 anos, em Duque de Caxias, até a realização da Conferência a
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20,
realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. Com o fechamento do lixão de Caxias seis
meses antes do prazo previsto, as prefeituras da Baixada foram apenhadas de
surpresa e viveram uma grave crise sanitária, com lixo empilhado nas ruas e praças
do Grande Rio, como Duque de Caxias e Belford
O projeto original da Comlurb era implantar o novo aterro
no bairro de Paciência, na Zona Oeste da capital, mas problemas fundiários e a
pressão dos ambientalistas tornaram inviável a implantação do projeto naquele
local. Como solução, o governador Sergio Cabral decidiu levar o projeto de
Paciência, que receberia o lixo da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, para
Seropédica, antigo Distrito de Itaguaí, escolhendo justamente a área do
Aquífero de Piranema como “local ideal”, pois a área era ocupada por pequenos
agricultores, sem força política para se opor ao novo lixão.
Assim, se, em futuro breve, o Rio de Janeiro ver agravado
o problema da falta de água, o responsável por isso tem nome e sobrenome:
Sérgio Cabral
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