DEPOIMENTO DE BARUSCO NA CPI DA PETROBRAS ATROPELA O PT
Em depoimento à CPI da Petrobras nesta terça-feira (10), o ex-gerente de Tecnologia da estatal
Pedro Barusco admitiu ter começado a receber propinas por contratos firmados
pela Petrobras a partir de 1997 ou 1998. Ele classificou como “institucionais”
as propinas que começou a dividir, a partir de 2004, com o ex-diretor Renato
Duque e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Barusco repetiu informações que
constam dos depoimentos que já prestou no processo de delação premiada junto à
Justiça Federal.
Ele ratificou à CPI que a propina paga pelas empresas contratadas
pela Petrobras variava entre 1% e 2% dos valores dos contratos, e que esses
recursos eram divididos da seguinte maneira: metade para o PT, por meio de João
Vaccari, e metade para a “Casa”, como ele chama os diretores da Petrobras
envolvidos no esquema. Ele menciona, entre estes, Renato Duque e,
eventualmente, Jorge Luiz Zelada e Roberto Gonçalves.
Ele admitiu que parte da propina foi usada nas eleições
presidenciais de 2010. Em depoimento à Justiça, ele afirmou que, em 2010,
Renato Duque (então diretor de Serviços da Petrobras, ao qual Barusco era
subordinado) pediu ao empresário Júlio Faerman, representante da empresa
holandesa SBM, US$ 300 mil como “reforço” de campanha eleitoral,
“provavelmente” a pedido de João Vaccari Neto, quantia que teria sido
“contabilizada” por ele como “pagamento destinado ao PT”.
“Aqueles 300 mil dólares que eu mencionei como reforço de
campanha eram para a campanha eleitoral de 2010”, disse Barusco à CPI.
Ele detalhou nos depoimentos propinas pagas por conta dos
contratos da empresa Setebrasil, contratada pela Petrobras em 2011 para
construir sondas de perfuração do pré-sal. Ele disse que a propina era
distribuída da seguinte maneira: 2/3 para Vaccari e 1/3 para a “Casa” – ou
seja, para os diretores da Setebrasil: Barusco, João Carlos de Medeiros Ferraz
(presidente da Setebrasil) e Eduardo Musa (diretor de Participações).
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