PROTESTO DO MST INTERDITA
RODOVIA FEDERAL EM CAXIAS
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST) fez manifestação hoje (11), em vários pontos do estado do Rio de Janeiro.
O objetivo foi denunciar a demora na desapropriação de terras pelo Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agraria (Incra) para assentar cerca de 700
famílias acampadas em todo o Estado.
O protesto teve a participação de cerca de 500
famílias camponesas que interditaram algumas das principais rodovias do estado.
Entre as vias atingidas estava um trecho da BR-356, que liga Campos dos
Goytacazes à São João da Barra, no Norte Fluminense. O trecho ficou interditado
por 3h, na altura de Martins Lage.
Os militantes, ligados ao MST, bloquearam parte da
Rodovia Washington Luiz (BR-040), na altura do município de Duque de Caxias, na
Baixada Fluminense, onde cerca de 400 manifestantes entregaram produtos
agrícola para os motoristas que estavam na estrada.
Em seguida os agricultores foram para a Prefeitura
de Macaé, município do norte fluminense, onde apresentaram pauta de
reivindicação.
Segundo a assessoria de imprensa do MST, a ação
integra o movimento nacional da jornada mundial de lutas das mulheres
camponesas, que vai contra o modelo de agronegócio do país. O movimento é uma iniciativa
do MST junto as outras organizações e movimentos sociais que visam denunciar
ausência de infraestrutura nos assentamentos no Rio de Janeiro e o descaso com
as famílias acampadas.
Ao justificar a ação, Elisângela Carvalho,
dirigente Nacional do MST, disse que os movimentos sociais do campo e da cidade
estão em luta para exigir a reforma agrária. “A agricultura camponesa garante
70% da produção de alimentos que está na mesa dos brasileiros”.
“No Rio de Janeiro, o MST reivindica a
desapropriação de algumas áreas no estado, onde aproximadamente 700 famílias
estão acampadas. Muitas terras foram declaradas improdutivas, e algumas
famílias aguardam acampadas há dez anos, como é o caso do acampamento Madre
Cristina, em Campos”, justificou.
Na avaliação do MST, outro caso emblemático, diz
respeito ao complexo da Usina Cambahyba, em Campos, onde existe o acampamento
Luís Maranhão.
Segundo Elisângela Carvalho, o MST quer que o
governo federal desaproprie as áreas para assentar todas as famílias acampadas
e que o Incra faça contratação imediata de assistência técnica para os
assentamentos.
De acordo com os MST, as manifestações contaram com
a participação da Comissão Pastoral da Terra; do Movimento dos Pequenos
Agricultores; da Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil ; Associação
Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal; do Levante Popular; PSOL;
PCB; Sindipreto/Norte Fluminense; e dos Departamentos Docentes das
universidades Federal Fluminense e da Estadual do Norte Fluminense. (Com
Agência Brasil)
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