segunda-feira, 9 de março de 2015

DELATOR AJUDOU NA ELEIÇÃO 
DO GOVERNADOR  TIÃO VIANA
Em depoimento de delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse que o governador do Acre, Tião Viana (PT), recebeu R$ 300 mil para sua campanha ao Senado em 2010. Segundo Costa, o valor foi pago pelo doleiro Alberto Youssef.
Tião Viana se declara inocente
O ex-diretor disse que o repasse consta em agenda apreendida pela Polícia Federal na casa dele durante as diligências da Operação Lava Jato. O suposto pagamento foi declarado
como "0,3 Tvian". Costa disse ainda que o valor foi contabilizado na “cota do PP”.
Com base nas declarações, o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, decidirá se pede ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) abertura de inquérito para investigar os fatos que envolvem Viana.
O suposto pagamento foi noticiado pela imprensa em dezembro do ano passado. Na ocasião, o governador declarou que não conhece Paulo Roberto Costa e nunca teve qualquer relação com o ex-diretor. O depoimento de delação premiada de Costa foi divulgado hoje (9), após decisão do ministro Teori Zavascki, que retirou sigilo da parte da investigação que tramita no Supremo Tribunal Federal. (ABr)

PAULO ROBERTO COSTA DOOU
R$ 30 MILHÕES PARA CABRAL 
Em depoimento de delação premiada prestado no ano passado, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que atuou para arrecadar doações de "caixa dois" para a campanha do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, em 2010, entre as empreiteiras que participaram das obras Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaguaí,hoje paralisadas ela Petrobras, num total de R$ 30 milhões.
Cabral e Pezão na lista de Janot
O ex-diretor afirmou que fez contatos com as empresas e pediu que elas fizessem doações para a campanha de Cabral. A questão foi decidida em uma reunião entre Costa, Sérgio Cabral, então candidato à reeleição em 2010, Luiz Fernando Pezão, vice-governador na época, e Regis Fishner, ex-secretário da Casa Civil, "para tratar de contribuições" para a campanha.
Paulo Roberto Costa disse que os pagamentos foram feitos pelas empresas  Skanka, Alusa e Techint, além das empreiteiras que participavam do Consórsio Compar, responsável pela obra, do qual faziam parte OAS, Odebrecht e UTC. Segundo o ex-diretor, as empresas do Compar pagaram R$ 15 milhões e o restante foi dividido entre as demais citadas.
Com base nas declarações, o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, decidirá se pede ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) abertura de inquérito para investigar os fatos.
Em nota, Cabral afirmou que a reunião jamais aconteceu e que nunca pediu ajuda de Costa para financiar sua campanha. Fishner também declarou que não participou de reunião com o ex-diretor e as empresas.
Mais cedo, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, negou o recebimento de recursos por meio do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. "Respeito muito a Justiça, só que tenho tranquilidade de que não recebi nenhum recurso, não tive nenhuma ajuda de campanha, não pedi e não tive conversa com Paulo Roberto [Costa] e com ninguém da Petrobras para pedir ajuda de campanha", declarou. (ABr)

DINHEIRO DE EIKE BATISTA
SOME DE COFRE DA JUSTIÇA
Relatório de fiscalização da comissão da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), concluído hoje, indicou que uma parte do dinheiro apreendido na ação penal em que o empresário Eike Batista é réu desapareceu das instalações do órgão.  
A fiscalização extraordinária, que terminou na última sexta-feira (6), constatou a falta de R$ 27 mil, além de US$ 443 e de mil euros, que, na avaliação do tribunal, não deveriam ter ficado nas dependências do Judiciário. Há diligências em andamento para checar se o restante do dinheiro recolhido nas propriedades do empresário teve o destino indicado pelo juiz federal Flávio Roberto de Souza.
O magistrado é alvo de procedimentos nos âmbitos administrativo e penal, após ter sido declarado sob suspeição nos processos que envolvem o empresário. Souza, titular da 3° Vara, acabou sendo afastado do cargo por tempo indeterminado. O juiz foi flagrado ao volante de um dos carros de Eike apreendidos pela Justiça. Ele também determinou a guarda de um piano do empresário a um vizinho.
Segundo o TRF2, já há medidas em curso, mas estão sob sigilo. Ainda de acordo com o tribunal, foram constatadas irregularidades técnicas e estão sendo adotados mecanismos de adequação. O tribunal informou que, além do afastamento do juiz Flávio Roberto de Souza, um diretor da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro também foi exonerado por deliberação do Órgão Especial do TRF2.
O passaporte do juiz Flávio Roberto foi entregue hoje (9), pela defesa dele, ao relator da medida cautelar ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF). Dependendo do resultado da apuração do processo, o MPF poderá apresentar denúncia, que, caso aceita pelo relator, dará início a uma ação penal contra o juiz. Neste caso, o magistrado se tornará réu na ação penal. (ABr) 

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