PETROBRAS NUNCA CONSULTOU A
ANP PARA CONSTRUIR
REFINARIAS
A diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, disse nesta quarta-feira
(11), em audiência pública na Câmara dos Deputados, que a agência reguladora
jamais recebeu solicitação da Petrobras para construir as refinarias Premium I
e Premium II, no Maranhão e Ceará, respectivamente.
“Nem Premium I, nem Premium II. Nenhuma das duas jamais
recebeu a solicitação de construção. Essa solicitação jamais foi submetida à
ANP”, frisou a diretora. Segundo ela, para que qualquer refinaria seja
construída no Brasil, a autorização deve passar pela ANP.
Magda disse ainda que, como não houve pedido de autorização
para construção dessas refinarias, a falta delas não altera os estudos de
desempenho do país na produção, refino e distribuição de petróleo e
combustíveis. Questionada por parlamentares, Magda disse que a ausência de
autorização da ANP não impediria as providências preliminares que já haviam
sido tomadas, como demarcação da área, contratação de pessoal e obras de
terraplanagem do terreno.
A informação surpreendeu os parlamentares da comissão
externa que trata do caso. “Nos causou surpresa esse descompasso que está
acontecendo. Isso é muito sério. O estado do Ceará investiu R$ 650 milhões na
obra”, disse o deputado Raimundo de Matos (PSDB-CE), relator da comissão. Na
próxima quarta-feira (18), a comissão espera poder contar com a presença de
representantes da Petrobras.
As duas refinarias constam no Plano de Negócios e Gestão
2014-2018 da Petrobras. Em janeiro, no entanto, a estatal desistiu de avançar
nos dois empreendimentos. As justificativas da Petrobras para o cancelamento do
projeto são a ausência de parceiros econômicos, a falta de atratividade
econômica, além do aumento da capacidade nas refinarias já em operação.
O custo estimado de cada refinaria girava em torno de R$ 20
bilhões. No Maranhão, por exemplo, as obras estão paradas há três anos. O novo governador
do estado, Flávio Dino, já tenta articular a retomada do projeto. Ele
considera, inclusive, a construção de uma refinaria de menor porte, que
reduziria em R$ 8 bilhões o custo inicial.
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