SENADO QUER CONTROLAR
OS TRIBUNAIS SUPERIORES
No rastro da queda de braço entre a
presidente Dilma Rousseff e o presidente do Senado, Renan Calheiros, começam a
surgir os puçás de pescadores de águas turvas, que aproveitam as crises
políticas para aumentar o poder de fato sobre o Poder Público. Um dos cargos mais
disputados, no momento, é a vaga deixada pela aposentadoria do ministro relator
do Mensalão, Joaquim Barbosa, publicada no Diário Oficial da União no dia 31 de
julho de 2014.
A cadeira de Joaquim Barbosa continua á espera do seu substituto |
Críticas ao atraso cada vez
maior nas indicações para as vagas abertas nos tribunais superiores ficaram
intensas no mês passado, depois que os ministros Celso de Mello e Marco
Aurélio, do STF, reclamaram do empate no julgamento de uma Ação Direita de
Inconstitucionalidade. A cadeira deixada pelo ministro Joaquim Barbosa, que se
aposentou em julho de 2014, quando presidia a corte, até hoje está vaga. Para
Celso de Mello, “essa omissão irrazoável e abusiva da presidente da República
já está interferindo no resultado dos julgamentos”.
Nesse vácuo de poder, o senador
Jairo Blairo Maggi (PR-MT), apressou-se a apresentar a Proposta de Emenda
Complementar nº 17/2015, cujo objetivo é fixar prazo para o Presidente da
República encaminhar ao Senado o nome do jurista que irá integrar, além do
Superior Tribunal Federal (STF), os integrantes do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) e dos Tribunais Regionais Federais (TRFs.
Se o presidente da República não
respeitar esse prazo, o Senado se encarregará da escolha. Depois, será
obrigatória a nomeação, pelo Chefe do Executivo, do nome escolhido e aprovado
pelos senadores. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 17/2015, com essa
finalidade, começou a tramitar na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ).
Para o autor da PEC, a demora
excessiva na indicação dos nomes dos magistrados, especialmente no caso do STF,
tem afetado o regular funcionamento do Poder Judiciário. No entender do
senador, com grave comprometimento da prestação jurisdicional – ou seja, do
direito de todo cidadão de levar suas demandas à Justiça e obter uma sentença.
(Com Agência Senado).
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