DILMA PERDE O APOIO DE
CINCO
DOS SEIS SENADORES DO PDT
Um dos líderes do PDT no Senado, Cristóvam Buarque (DF)
anunciou nesta segunda-feira (27) que ele e outros quatro colegas de bancada
querem desembarcar da nau governista. A decisão veio a público em carta aberta
veiculada por Cristovam em sua conta no Twitter e endereçada ao presidente
nacional do partido, Carlos Lupi, e à “sociedade brasileira”.
Apenas o atual líder do PDT no Senado, Acir Gurgacz (RO),
não assinou a decisão de deixar a base aliada ao governo Dilma Rousseff. Coube
a Cristovam a elaboração da carta, encaminhada a Lupi na última sexta-feira
(24). Dizendo que parlamentares do PDT passaram a ser “coadjuvantes
esporádicos” do governo, o senador diz que a sigla precisa fazer oposição
“independente, democrática e trabalhista”.
“Continuar a fazer parte da base de apoio ao governo do
PMDB-PT-Dilma-Lula significa perder credibilidade junto à opinião pública, ser
conivente com os erros cometidos, com as agressões a direitos trabalhistas e
com o descaso com a Educação Básica. Implica obscurecer a capacidade do partido
para oferecer alternativas para o país”, argumentou Cristovam no documento
subscrito também por Reguffe (DF), Zezé Perrella (MG), Lasier Martins (RS)
e Telmário Mota (RR).
Segundo a carta, o PT “perdeu sua história e suas
bandeiras” com os seguidos escândalos de corrupção e com o ajuste fiscal que,
ao promover uma readequação trabalhista e previdenciária, vai restringir
direitos dos trabalhadores. Mas, mesmo pregando a guinada à oposição,
Cristovam critica a “direita” e o viés “golpista” de sua atuação.
“Os demais partidos estão em profunda crise: os de direita
estão perplexos, sem bandeiras e sujeitos a tentações autoritárias e golpistas;
os que ainda mantém um nome de esquerda, seja comunista seja socialista, estão
cooptados pelo governo ou perdidos sem proposta”, arremata o senador.
A carta aberta ganha o noticiário em um instante em que
Carlos Lupi, ministro do Trabalho no primeiro mandato de Dilma, causa polêmica
com a entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo dizendo que os
petistas “roubaram demais”.
“O PT exauriu-se, esgotou-se. Olha o caso da Petrobras. A
gente não acha que o PT inventou a corrupção, mas roubaram demais. Exageraram.
O projeto deles virou projeto de poder pelo poder”, disse o ex-ministro, que em
2011, acometido por denúncias de corrupção, fez uma declaração de amor pública
a Dilma. “Presidenta Dilma, me desculpe, eu te amo”, disse Lupi, em audiência
pública na Câmara.
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